Ciência e Saúde

Covid-19 provoca a maior queda das emissões de CO2 desde a Segunda Guerra

Segundo estudo australiano, a queda da poluição se deve às medidas de isolamento social e ao fechamento de fronteiras adotados durante a pandemia de coronavírus

Correio Braziliense
postado em 19/05/2020 18:44
Segundo estudo australiano, a queda da poluição se deve às medidas de isolamento social e ao fechamento de fronteiras adotados durante a pandemia de coronavírusAs emissões de dióxido de carbono (CO2), uma das principais causas do aquecimento global, sofreram uma queda brusca ao redor do mundo durante a pandemia do novo coronavírus. É o que mostra um estudo feito por pesquisadores australianos e publicado nesta terça-feira (19/5) na revista Nature Climate Change.

Na pesquisa, cientistas do Conselho Consultivo da Ciência e da Indústria da Austrália (CSIRO, na sigla em inglês) analisaram dados de 69 países. Os resultados mostram que as emissões diárias de carbono entre janeiro e abril deste ano caíram 17% quando comparadas às do mesmo período de 2019.

Segundo o artigo, essa é a maior redução das emissões de carbono desde a Segunda Guerra Mundial. As maiores quedas foram observadas na China e nos Estados Unidos, os dois países mais poluentes do mundo. 

As medidas que mais contribuíram para esse efeito, segundo o estudo, foram o fechamento de fronteiras internacionais e o confinamento das pessoas por meio de medidas como o lockdown. Já os setores que mais reduziram as emissões de gás carbônico foram os de aviação (diminuição de 75%) e de transportes (50%).  
 

Saiba Mais

Mesmo com a retomada das atividades econômicas no segundo semestre, os autores acreditam que a redução de CO2 em 2020 deve cair entre 7% e 13% no mundo em relação a 2019.
 

Má notícia

Os pesquisadores, no entanto, dizem que o estudo traz uma má notícia, pois revela o grande impacto que as atividades econômicas ainda têm sobre o meio ambiente. Com a retomada econômica, o quadro de poluição anterior deve ser retomado.

"Esses números colocam em perspectiva o grande crescimento das emissões globais observado nos últimos 14 anos e o tamanho do desafio que temos para limitar as mudanças climáticas, de acordo com o Acordo Climático de Paris", escrevem. A meta do Acordo de Paris é manter o aumento da temperatura do planeta abaixo dos 2ºC.

Para os cientistas, há a necessidade de maiores investimentos na área de mobilidade urbana, dando mais opções para as pessoas se locomoverem nas cidades de forma menos danosa ao ambiente, como a pé ou de bicicleta.

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