Correio Braziliense
postado em 31/07/2020 22:04
Profissionais de saúde tinham, em abril, quase 3,5 vezes mais riscos de se contagiar com a COVID-19 em comparação com o restante da população, segundo um estudo publicado nesta sexta-feira (31) que revela um risco ainda mais elevado para as minorias étnicas.A pesquisa, publicada na revista científica The Lancet, analisou dados introduzidos pelos usuários em um aplicativo especial "Covid" para 'smartphones', entre 24 de março e 23 de abril no Reino Unido e nos Estados Unidos, comparando os riscos de contrair a doença entre profissionais de saúde em contato com doentes e o restante dos usuários.
O número de casos confirmados de COVID-19 era precisamente de 2.747 por 100.000 profissionais sanitários usuários do aplicativo contra 242 por 100.000 usuários da população em geral.
Levando em conta as diferenças de acesso aos testes entre o pessoal sanitário e o restante da população, os autores "consideram que os profissionais de saúde são 3,4 vezes mais suscetíveis de dar positivo para a COVID-19".
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"Nossos resultados confirmam as desigualdades frente à COVID. Os trabalhadores sanitários procedentes de minorias eram mais suscetíveis a trabalhar em entornos clínicos mais perigosos, com pacientes de COVID suspeitos ou confirmados, e tinham menos acesso a material de proteção adequado", afirmou Erica Warner, da escola de medicina de Harvard/Hospital Geral de Massachusetts.
A desigualdade no acesso a máscaras, luvas, blusas e outros itens de proteção também é um fator de risco importante.
Os profissionais de saúde que usavam material "inadequado" tinham 1,3 vez mais riscos de contrair a COVID-19 do que os que afirmavam ter acesso a equipamentos satisfatórios, informaram os autores, que destacaram que o estudo foi feito durante uma época de escassez de equipamentos de proteção.
O estudo mostra, ainda, que um trabalhador de saúde em cada três pertencente a minorias não tinha acesso a equipamento adequado (ou precisava reutilizá-lo), contra um em cada 4 entre o restante dos profissionais.
Cerca de 2,6 milhões de usuários no Reino Unido e 182.408 nos Estados Unidos foram incluídos a princípio no estudo. Eliminando as pessoas que usaram o aplicativo em menos de 24 horas e as que testaram positivo imediatamente, participaram 2,1 milhões de pessoas, inclusive as 99.795 que se identificavam como profissionais de saúde com contato direto com pacientes.
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