Ciência e Saúde

Estudo: Assintomáticos têm tanto covid em seu organismo como sintomáticos

O estudo, publicado nesta quinta-feira pela revista americana Jama Internal Medicine, se concentrou em um surto do vírus em um grupo religioso sul-coreano em Daegu em fevereiro

Correio Braziliense
postado em 06/08/2020 22:12
O estudo, publicado nesta quinta-feira pela revista americana Jama Internal Medicine, se concentrou em um surto do vírus em um grupo religioso sul-coreano em Daegu em fevereiroUm estudo detalhado de 303 pessoas na Coreia do Sul mostrou que 29% das pessoas infectadas com o coronavírus nunca desenvolveram sintomas, mas as infectadas carregavam tanto vírus dentro de seus corpos quanto as pessoas sintomáticas. 

O estudo, publicado nesta quinta-feira pela revista americana Jama Internal Medicine, se concentrou em um surto do vírus em um grupo religioso sul-coreano em Daegu em fevereiro. 

As autoridades decidiram isolar casos positivos com poucos ou nenhum sintoma em um prédio do governo, onde os médicos monitoravam meticulosamente seus sintomas e testavam sua carga viral regularmente. 

O grupo monitorado, no âmbito do estudo liderado por Seungjae Lee, da Universidade Soonchunhyang, era jovem, com uma média de 25 anos entre seus membros. 

Das 303 pessoas, 89 nunca desenvolveram sintomas, ou seja, 29%. 

A principal lição é que as concentrações de vírus em pacientes assintomáticos eram "semelhantes às dos pacientes sintomáticos", relataram os autores. 

Vinte e uma pessoas se apresentaram inicialmente como positivas para a COVID-19 e sem sintomas, mas acabaram tendo sintomas. Isso confirma que muitos estudos que testam pacientes apenas uma vez podem confundir casos pré e assintomáticos. 

Encontrar partículas virais residuais no nariz, garganta ou pulmões não significa necessariamente que essas pessoas estejam contagiosas. Essa é uma das grandes questões em meio à pandemia: em que medida os assintomáticos são vetores do vírus? Por um lado, não tossem, mas, por outro, não se isolam e estão em contato com outras pessoas. 

"É importante ressaltar que a detecção de RNA viral não é sinônimo de presença de um vírus infeccioso e transmissível", alertaram os autores do estudo. 

Grandes estudos epidemiológicos e experimentais são necessários para encontrar uma resposta para essa pergunta.

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