Prof. Wankes Leandro*
Institutos de pesquisa, como o IDC, previram que até 2021, na América Latina, os investimentos na transformação digital deverão chegar a 57 bilhões de dólares. Em artigo recente, a revista Época Negócios (Jan/2019), aborda que a transformação digital é questão de sobrevivência. Por isso, diversas organizações públicas e privadas estão passando, ou passarão, pela transformação digital.
A sorte é que, hoje em dia, o que mais existe no mercado são métodos, metodologias, modelos e frameworks para qualquer coisa relacionada a gestão, desde a definição de objetivos individuais, passando pela estruturação de projetos, até a definição de estratégias globais. E na agonia da antecipação ou na motivação da necessidade, as organizações estão adotando as suas estratégias de transformação, definindo seus projetos, implantando processos ágeis, estabelecendo squads, sprints.
Entretanto, se a Cultura Organizacional não for favorável à transformação, os esforços podem dar errado. E esse ponto vem sendo tratado tanto pela literatura acadêmica, quanto pela literatura de mercado. Um dos lemas das startups é: ;A cultura do erro é a mentalidade de que os fracassos e a aprendizagem adquirida com eles são fundamentais para o crescimento do ser humano e a inovação;. Ou seja, a cultura é fator crítico de sucesso para qualquer processo de transformação organizacional.
Nesse contexto, o ponto inicial é identificar qual é a cultura organizacional vigente, para as organizações já existentes; ou a cultura organizacional desejada, para as organizações que estão nascendo agora, como as startups. Pesquisas acadêmicas recentes apontam que, independente da definição de cultura, é possível traçar oito estilos de cultura que emergem do cruzamento de duas dimensões:
1) Como as pessoas interagem, de forma independente (pessoas atuam mais de forma autônoma, por ações individuais e competição) ou interdependente (em que a ênfase é na integração, gestão dos relacionamentos e na coordenação dos esforços em grupo);
2) Como as pessoas respondem às mudanças, se são flexíveis (são abertos a mudança e focam na adaptabilidade) ou preferem a estabilidade (definem a consistência e prioridade das ações, adoram a previsibilidade e manter o status quo).
Os 8 estilos de cultura são:
1.Cuidado
2.Propósito
3.Aprendizado
4.Alegre
5.Resultado
6.Autoridade
7.Segurança
8.Normativa
Veja no gráfico abaixo, em quais dimensão cada estilo se encaixa:
Gráfico traduzido e adaptado por Prof. Wankes Leandro, baseado no original da Harvard Business Review Jan-Fev 2018.
Vantagens e desvantagens dos estilos de Cultura Organizacional
Na tabela a seguir é possível acompanhar os estilos, suas características, empresas que os seguem, suas vantagens e desvantagens:
Esses oito estilos podem ser utilizados para diagnosticar a cultura da sua organização. A consciência do estilo de cultura vigente ajuda a traçar planos para o desenvolvimento e a transformação organizacional mais efetivos e realistas. E aí? Qual o estilo de cultura organizacional você deseja para a sua organização em um mundo V.U.C.A. (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo)?
*Wankes Leandro é facilitador e mentor da Comunidade Ei, autor, Professor da FGV, IBMEC e ENAP, Diretor de Inovação & Desenvolvimento da Brasília School of Business (www.cursobsb.com), Consultor nos temas Inovação, Gestão, Projetos e Soft Skills e acredita que bom humor não faz mal a ninguém e nenhuma situação.