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Estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que o setor crescerá 3% em 2019. Caso se concretize, o índice vai superar, inclusive, a projeção da entidade para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para o próximo ano, que é de 2,7%. Depois de frustrações em 2018, as perspectivas são mais positivas para o futuro. A equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, garante que o governo federal dará sequência à agenda de reformas estruturantes.
A CNI prevê taxas otimistas, mas ainda será necessário a aprovação de medidas essenciais, sendo a principal delas a mudança na legislação previdenciária. Os gastos com os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) consomem a maior parte dos gastos públicos, que são extremamente limitados no orçamento.
O consumo das famílias e os investimentos devem aumentar 2,9% e 6,5%, respectivamente, em 2019, segundo a entidade. A projeção da CNI aponta que a taxa de desemprego cairá para 11,4% e a inflação ficará em 4,1% em 2019, ou seja, abaixo do centro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,25%.
Mesmo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) controlado, a taxa de juros terá que subir para ajustar a política monetária. A CNI avalia que a Selic terminará 2019 em 7,5% ao ano ante os atuais 6,5%. A balança comercial, por sua vez, fechará 2019 com saldo positivo de US$ 45 bilhões.
Medidas estruturais
Flávio Castelo Branco, gerente executivo de Política Econômica da CNI, explica que o país precisa aumentar a taxa de crescimento da produtividade de forma permanente e sustentável. De acordo com ele, apesar de atenuantes internacionais, os principais desafios continuam dentro do país. ;Os riscos maiores para 2019 continuam sendo os nossos próximos passos;, declara. ;O governo Bolsonaro enseja maior otimismo quando vemos indicadores de confiança, mostrando que há uma expectativa muito grande de que esse conjunto de mudanças estruturais comece a se manifestar e se materializar num ciclo virtuoso que leve a crescimento do PIB a taxas expressivas;, completa.
Sobre o cenário externo, Castelo Branco avalia que os maiores riscos são relacionados à guerra comercial envolvendo a China e os Estados Unidos (EUA). ;Cria dificuldade, incertezas, e isso prejudica mais do que ajuda;, diz. ;Mas, de todo modo, os riscos externos são moderados, porque o Brasil tem um certo colchão com as contas externas, por conta das reservas internacionais. Por isso, não é tão sensível;, acrescenta.
A confederação também apresentou à equipe técnica de transição, chefiada pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, um documento com 36 sugestões de medidas para serem implementadas nos 100 primeiros dias de governo. Para a área de infraestrutura, serão nove ações, desde o enfrentamento de obras paradas até o fortalecimento das agências reguladoras e o aumento da competitividade. Há também incentivos para o ambiente macroeconômico, a segurança jurídica, a tributação, o financiamento, os recursos naturais, as relações do trabalho, a política industrial, a educação e a segurança pública.