Diversão e Arte

Público lota O%u2019Rilley para assistir ao show da Plebe Rude

postado em 01/05/2009 09:05
Casa lotada, 0h45, Clemente e André X dividem os vocais de Pressão social (%u201CHá uma espada sobre a minha cabeça%u201D), a terceira música do show de sábado (27/06). A dois metros do baixista, o rapaz alto, de óculos e barba, pula, dança, soca o ar, canta junto: %u201CTenho que trabalhar/ Tenho que estudar/ Tenho que ser alguém%u201D. No outro lado do pequeno palco do O%u2019Rilley Irish Pub, diante de Clemente, a moça negra de cabelos trançados, toda de rosa (vestido, esmalte, anel, colar), dança devagar, de cabeça baixa, olhos fechados (sim, ela está curtindo). Philippe Seabra retoma o microfone: %u201CBoa noite, Brasília, nós somos a Plebe Rude. Este é o ensaio do DVD que vamos gravar em agosto. Quem não gostar de alguma música, avise logo%u201D. É hora de Discórdia, uma das seis faixas de R ao contrário (CD lançado em 2006, 25 anos depois do primeiro show da banda) que entraram no roteiro. %u201CIncluímos essas seis músicas para não exagerar nas coisas dos anos 1980, porque as pessoas esquecem que os anos 1980, para nós em Brasília, era vaiar a polícia, fazer música para censura. Não era bermudinha e óculos coloridos, não, falou?%u201D, justifica (e alfineta) Philippe, antes de emendar duas daquela década, Bravo mundo novo (do álbum Nunca fomos tão brasileiros, de 1987), e Medo, do Cólera (que a Plebe gravou no disco Enquanto a trégua não vem). Em Medo, o sempre pilhado Clemente faz o que pode no pouco espaço que lhe sobra no palco: pesa a mão na guitarra, bate cabeça, explica que colocou uma %u201Ccamisinha%u201D (um pedaço de pano) no microfone porque tomou vários choques na noite anterior. O fã de óculos e barba enlouquece, pula e grita junto com o vocalista e guitarrista. A moça de rosa também gosta, dá uns pulinhos. Lá do fundo, um homem berra: %u201CRock %u2018n%u2019 roll%u201D. %u201CNão é Pearl Jam para vocês ficarem excitados desse jeito. É Plebe, porra%u201D, brinca Philippe, antes de anunciar a (boa) inédita Tudo que poderia ser. %u201CTenham um pouco mais de entusiasmo. Lembrem que a música desconhecida é o sucesso que você ainda não conheceu%u201D, convoca. Daí em diante, mais duas de R ao contrário (E quanto a você e Dançando no vazio), uma de Nunca fomos tão brasileiros (A ida) e os clássicos do EP O concreto já rachou, cantados a plenos pulmões pelos fãs, acompanhados com balançadinhas de cabeça pelos %u201Ccoroas%u201D que ocupam o mezanino na segunda das três noites de %u201Ctest drive%u201D para o DVD que será gravado em agosto no Plano Piloto (seria em Ceilândia, nos dias 10 e 11 de julho, mas eles desistiram do local por questões técnicas). Em Johnny vai à guerra, Clemente sobe na caixa de som, canta cara a cara com o fã de óculos. Em Sexo e karatê, dá o microfone para o rapaz também. %u201COlê, olê, olê, olê, Plebe, Plebe%u201D, faz coro a plateia. Às 2h, com as louras do mezanino batendo palmas e a mulher de rosa já batendo cabeça, vem a saideira, Até quando esperar. O show não foi dos mais vigorosos da Plebe (vá lá, era ensaio geral), não como a noite excelente que eles fizeram no Espaço Brasil Telecom, em outubro do ano passado. Mas Leocádia Garibaldi, a moça de rosa, manicure de 40 anos que mora ali ao lado, na 410 Sul, e acompanha o grupo desde os 20, achou tudo %u201Cmaravilhoso%u201D. O rapaz de barba e óculos, José de Arimateia Fleury Brandão, médico de 28 anos, morador de Sobradinho e fã da banda %u201Cdesde que nasceu%u201D, também saiu de lá feliz da vida: %u201CShow da Plebe é sempre muito bom. Eles nunca decepcionam os fãs%u201D. Ontem, a banda se apresentaria mais cedo, às 18h. Uma matinê para os fãs levarem os filhos (ou os sobrinhos emos). O repertório » O que se faz » Censura » Pressão social » Discórdia » Katarina » Bravo mundo novo » Medo » Remota possibilidade » Este ano » Tudo que poderia ser » E quanto a você » Johnny vai à guerra » Sexo e karatê » Dançando no vazio » Proteção » Seu jogo » A ida » Minha renda » Luzes » Brasília » Até quando esperar

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