Diversão e Arte

Mais de 3 mil pessoas caíram no samba na Festa da Saideira

Irlam Rocha Lima
postado em 29/06/2009 08:56
"É hoje o dia da alegria/E a tristeza, nem pode pensar em chegar". No começo da madrugada deste domingo (28/06), ao acompanhar o Monobloco no refrão de É hoje, samba-enredo da União da Ilha de 1982, o público superior a 3 mil pessoas no Marina Hall sintetizou coletivamente o que foi a Festa da Saideira, no encerramento do concurso Boteco Bohemia. O evento, no segundo ano de realização, mostrou que veio para ficar. A programação, aberta na tarde de sábado (27/06) com a black music detonada pelos DJs Barata e Pezão, do projeto Criolina, teve prosseguimento com a roda de samba comandada pelo grupo belorizontino Zé da Guiomar, na varanda do Marina (de frente para o Lago Paranoá). Até ali ainda era pequena a presença dos festeiros, que só se acentuou por volta das 21h30, quando já estava no palco o paulistano Samba de Rainha, a boa surpresa da noite. Formado por Aidê Cristina, Sandra Gamon, Thais Tavezi, Erica Japa e Naná Spogis, o conjunto, com muita energia e suingue, mostrou que Vinicius de Moraes errou quando afirmou que São Paulo era "túmulo do samba". Intérpretes de um repertório eclético, as "rainhas" mostraram grande conhecimento de samba, ao passear pela obra de Cartola (Alvorada), Silas de Oliveira (Aquarela brasileira), João Bosco (Kid Cavaquinho), Lecy Brandão (Zé do Caroço), Zeca Pagodinho (Vou botar seu nome na macumba) e Monarco (Vai vadiar), além de composições próprias. Já com a plateia conquistada, as meninas saíram de cena ovacionadas no embalo de O que é, o que é?, de Gonzaguinha. Nem mesmo a interrupção da música, para que fossem anunciados os vencedores do Boteco Bohêmia (o petisco premiado foi o do bar e restaurante Fausto & Manoel; segundo outros concorrentes, cópia de uma criação da Toca do Chope, que não participou do concurso), arrefeceu o ânimo das pessoas. Quando o Monobloco deu início a sua apresentação, à 0h30, o clima era de festa total. Bastou Fábio Allman abrir o show cantando Isso aqui tá bom demais (Dominguinhos e Chico Buarque) para que o Marina se transformasse num imenso salão de baile, com todo mundo dançando, pulando e acompanhando a banda carioca nas músicas mais conhecidas. E não faltaram no set list sucessos dos mais diferentes estilos do samba à soul music, do pop ao xote, do reggae ao funk. Os melhores momentos do Monobloco ficaram por conta dos medleys dos sambas-enredos Lenda das sereias (Império Serrano), Explode coração (Salgueiro); Alagados (Paralamas do Sucesso) e Maracatu atômico (na versão do Chico Science e Nação Zumbi), Você, Gostava tanto de você e Sossego (em tributo a Tim Maia). Com Taj Mahal, Fio Maravilha e País tropical, numa homenagem a Jorge Ben Jor, os batuqueiros cariocas fecharam mais uma apresentação vibrante na capital, sob aplausos calorosos dos brasilienses. "Amo o Monobloco e não perco seus shows por nada. A sucessão de músicas dançantes que eles tocam provocam explosão de alegria e são um convite à dança", elogiou a web designer Daniele Costa, totalmente suada, ao final da maratona de 10 horas de festa. Já o servidor público Alexandre Lira afirmou que a Festa da Saideira foi um exemplo de evento bem produzido: "A organização da festa pensou em todos os detalhes. Ao limitar o número de participantes, criou um ambiente propício para quem está aqui se divertir com tranquilidade. Os shows do Samba de Rainha e do Monobloco foram especiais".

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação