postado em 01/07/2009 10:02
Mika Lins já tinha lido os grandes romances de Dostoievski, Crime e Castigo e Irmãos Karamazov, quando em 2001 caiu nas suas mãos Memórias do Subsolo, novela desse autor russo importante por trazer em potencial as mesmas contradições e conflitos interiores de personagens de seus grandes romances da maturidade. Oito anos depois da primeira leitura, a peça estreia hoje no 3; andar do Sesc Consolação, em São Paulo, para curta temporadaA peça ganha uma ambientação cenográfica despojada, que pode ser descrita como uma diagonal feita de luz, com público em ambos os lados. ;É como se fosse uma fresta de porta aberta para deixar ver um pouco de um homem angustiado.; Mika é esse homem, um funcionário público capaz de olhar para dentro de si mesmo e enxergar a sua ignomínia. ;A novela tem duas partes. Na primeira ele fala de suas ideias, sua visão de mundo. Na segunda, ele conta sobre seu relacionamento com uma prostituta, os colegas de repartição.;
O texto que o público irá ouvir é uma adaptação - cortes e não acréscimos - assinada por Mika Lins e Ana Saggese a partir da tradução de Boris Schnaiderman para a editora 34. ;Pedimos autorização, e ele foi muito gentil.; Cassio Brasil faz sua primeira direção nessa montagem. ;Foi criação conjunta de um trio que pensa muito plasticamente. Eu estou muito feliz por ter conseguido finalmente;, afirma Mika.