Diversão e Arte

Exposição pessoal de escritores em seus livros foi tema do última dia da Flip

Nahima Maciel
postado em 05/07/2009 18:05
Paraty - Na manhã deste domingo, na 7ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), o historiador Simon Schama, professor da Universidade de Columbia, crítico de arte e autor de O futuro da América falou sobre política e formação do estado americano como se fosse um showman, de pé, com muita gesticulação e ênfase na defesa da política da Barack Obama. Mas o tema da exposição pessoal de escritores em seus livros, que dominou os debates no fim de semana, voltou com a mesa de Catherine Millet, crítica de arte que revelou detalhes de sua vida sexual em orgias coletivas na Paris dos anos 1960 e 1970 em livros como A vida sexual de Catherine M., que vendeu mais de 2 milhões de cópias pelo mundo. Catherine lançou na Flip A outra vida de Catherine M., sobre o relacionamento aberto com o marido, o escritor Jacques Henric, e o ciúme diante da descoberta óbvia dos casos do parceiro. Mediado pela psicanalista Maria Rita Kehl, o encontro foi também uma sessão de análise em público. "Para mim, escrever é como uma sessão de psicanálise, escolho a palavra e reescrevo até encontrar o que quero, é nesse trabalho de escrita que consigo fazer as palavras dizerem o que ainda não disseram. Sou exploradora de um pequeno território que sou eu mesma", disse. "E escrevo para me livrar de mim mesma". A sétima edição da Flip, que termina neste domingo, reuniu em Paraty mais de 25 mil pessoas, número limite para a estrutura da cidade colonial. No total, 34 autores brasileiros e estrangeiros participaram da maratona literária iniciada na última quinta-feira. Para o próximo ano, os organizadores do evento pretendem manter o tamanho da festa, que começa a extrapolar a capacidade do local. "A cidade não tem estrutura para receber mais pessoas", admitiu Mauro Munhoz, diretor geral do evento, que custou R$ 3,7 milhões e contou com patrocinadores como Oi, Petrobras e BNDES.

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