postado em 08/07/2009 11:30
Assim como o resto do mundo, Brasília também se despediu de Michael Jackson ontem. Uma televisão estrategicamente posicionada na entrada de uma loja de eletrodomésticos no Conjunto mostrava as últimas homenagens ao Rei do Pop. Desde o início da tarde, os brasilienses voltavam-se, curiosos, para a transmissão do funeral público do artista. Consternados, muitos fãs deixaram de lado o que estavam fazendo e pararam para assistir à cerimônia e lamentar a morte do ídolo.
Alguns escaparam do trabalho por alguns minutos, outros simplesmente interromperam o passeio de terça-feira. De férias, o assistente financeiro Sivaldo Santana Cordeiro, 24 anos, morador de São Sebastião, saiu cedo de casa e aproveitou o dia para passear, mas não se conteve quando viu as imagens do funeral do astro. "Michael era um artista excepcional. O que mais me encantava era a sua performance e atitude no palco", disse. Desolado, Sivaldo acredita que o cantor pop se transformou em um mito.
O piercer Eduardo Bezerra, 30 anos, morador do Riacho Fundo II, deu uma pausa no trabalho quando avistou o grupo de pessoas atentas ao televisor. Para ele, que logo se juntou ao grupo, a morte do astro ainda é difícil de ser assimilada. "Nunca pensei que ele fosse morrer assim. Para mim, ele ainda viveria por muito tempo. Ele estava se preparando para voltar aos palcos", lembrou o fã.
Se depender dos fãs brasilienses, o músico jamais será esquecido. "Michael Jackson influenciou artistas de vários estilos, do pop ao rock", dizia o jovem músico Marcelo Ferreira, 19 anos, morador de São Sebastião. "Ele é como o Mickey Mouse para mim. Todo mundo o conhece desde pequeno. As pessoas podem não gostar, mas não há ninguém que nunca ouviu falar dele", afirma Eduardo, para quem o legado do artista será sempre lembrado e ainda vai influenciar muita gente.
Olodum
Homenagens ocorreram em outras cidades brasileiras. Assim como fez no dia seguinte à morte do artista, o grupo baiano Olodum se reuniu no início da tarde no Pelourinho, em Salvador. Cem integrantes da banda de percussão, além do ex-maestro do grupo Neguinho e de dois covers do astro, fizeram uma apresentação que incluiu, entre outras canções, They don't care about us %u2014 a mesma que a banda gravou com Michael em 1996.
O largo do Pelourinho foi tomado por centenas de fãs, alguns carregando pôsteres com imagens do ídolo. "Nenhuma homenagem que façamos será suficiente para agradecer ao Michael", disse Neguinho do Samba. "Ele foi fundamental na divulgação da banda no exterior."
No Rio, Michael ganhou homenagem inusitada. Foi transformado em escultura de areia por Ubiratan da Conceição dos Santos, o Bira, 54 anos. Há 10 ele trabalha na Praia de Copacabana esculpindo mulheres de biquíni, personalidades e castelos. Mas nunca tanta gente parou para fotografar uma obra sua. "É o meu recorde. Foram mais de 500 pessoas em dois dias", dizia o escultor, que não cobra pelas fotos.
O Michael Jackson esculpido por Bira tem a pele branca, veste calça e casaco preto e tem óculos e chapéu - o escultor comprou os acessórios para dar mais veracidade à obra. "Os turistas estrangeiros são os que dão as melhores gorjetas", comemorava.