Diversão e Arte

Iguarias apresentadas no cinema são levadas à mesa, em uma celebração à sétima arte e à gastronomia

postado em 18/07/2009 08:15
Uma história pode ser contada de diversas formas. Pela expressão no olhar do protagonista, pela voz do narrador, por uma série de acontecimentos, uma música e até mesmo pela comida. É assim em um dos clássicos do cinema mundial, A festa de Babette, obra do diretor dinamarquês Gabriel Axel. Os convidados não gostavam de nada que desse prazer. Ficavam horrorizados quando as pessoas bebiam. Mas concordaram em experimentar um banquete preparado por uma ex-empregada. Ao experimentarem os deliciosos pratos, acabaram enfeitiçados pelos sabores. É a deliciosa comida de Babette que transforma a vida daqueles personagens. Foi inspirado nessa história que Simon Lau Cederholm, chef do restaurante Aquavit ; aqui em Brasília ; decidiu criar uma noite de cinema com gastronomia para os seus clientes. O filme de Axel é exibido enquanto a comida é preparada. O tempo é cronometrado. Enquanto Babette serve seus convidados na tela, o cheiro do preparo na cozinha do restaurante invade o ambiente. ;Quando o filme termina, todos vão para a varanda e provam todos os pratos que foram servidos em mesa montada com louças antigas;, conta o chef. Até os vinhos são inspirados nos originais. Simon fez uma extensa pesquisa para conseguir montar o cardápio de Babette. Na lista, uma sopa de tartaruga preparada com caldo de galinha, costela de vitela e vinho madeira. ;Acho que não existe um filme tão gastronômico quanto esse. E quando fazemos o evento aqui no restaurante acontece a mesma coisa que no filme. É uma alegria, uma celebração;, diz. A festa fez tanto sucesso que já está na quinta edição, a próxima está programada para 2, 3, 4 e 5 setembro. Para quem adora um bom filme e uma boa comida não faltam opções. São histórias que giram em torno da cozinha, de sabores inesquecíveis e costumes gastronômicos familiares. Seja na deliciosa moqueca de Dona Flor e seus dois maridos, as receitas cheias de emoções em Como água para chocolate ou o banquete de cores em o Casamento à indiana, o paladar invade a tela da cinema. O Correio preparou um guia para quem gosta de uma boa história e gastronomia. Aviso: esses filmes contêm cenas fortes de comidas maravilhosas, logo, você corre o sério risco de ficar com água na boca! ; Delícias de filmes Confira um lista com filmes selecionados pela jornalista Nilu Lebert e o especialista Rubens Ewald Filho, no livro O cinema vai à mesa - Histórias e receitas e embarque numa jornada gastronômica. Assista o filme, depois vá direto para cozinha ou restaurante mais próximo: Dona Flor e seus Dois Maridos (Brasil,1976, Comédia, 120min, não recomendado para menores de 16 anos) A clássica história de Jorge Amado. A atração principal no cardápio de Dona Flor é a moqueca de siri catado. O prato é o favorito do marido falecido Vadinho, com ;os dentes amarelados de dendê.;
A festa de Babette (Babettes G;stebud, Dinamarca,1987, Drama, 102min, classificação indicativa livre) O filme é uma verdadeira obra-prima sobre a cozinha francesa clássica. A história se passa em 1984 e descreve o processo criativo da culinária e os prazeres à mesa. Entre as receitas, o delicioso bolo com calda savarin, blinis com caviar e creme de leite e callie em Sarcophage com molho perigourdine (codorna recheada com foie gras e trufas negras, dentro da massa folhada). Veja o vídeo:
Sábado, domingo e segunda (Sabato, Domenica e Lun;di, Itália, 1990, Comédia, 119min, classificação indicativa livre) A poderosa Sofia Loren interpreta Rosa nesse filme produzido por seu marido Carlo Ponti em 1990. A história retrata a tradição da família italiana de se reunir para apreciar uma boa e farta refeição e o amor pela comida. Uma das especialidades de Rosa é o ragu napolitano, o maravilhoso molho de tomate com carne que fica horas no fogo. Como água para chocolate (Como água para chocolate, México, 1992, Drama, 105min, não recomendado para menores de 14 anos) Tita e Pedro estão apaixonados, mas não podem ficar juntos. Ele é obrigado a se casar com a irmã mais velha dela. Cozinhar é a forma como Tita se comunica com o mundo e com o amado, todas suas emoções são transmitidas para o prato que prepara. Entre as receitas de Tita, estão os clássicos tacos e guacamoles, além do pão doce com frutas cristalizadas.
Chocolate (Chocolat, EUA, 2000, Comédia, 105min, não recomendado para menores de 12 anos) O chocolate de Vianne Rocher, interpretada por Juliette Binoche, tem o poder de inspirar as pessoas. Em 1950, ela chega a uma pequena vila francesa com a filha e causa alvoroço por conta das receitas de torta de chocolate e chocolate quente. Maria Antonieta (Marie Antoinette, EUA/Japão, França, 2006, Drama, 123min, não recomendado para 14 anos) Em um cenário de festas e luxo não poderia faltar os grandes banquetes no Palácio de Versalhes. Em uma das cenas, a rainha participa de um jantar regado a delícias da culinária francesa, como o turbot com terrine de legumes, coroa de aspargos e folhas de ouro. Volver (Espanha, 2006, Drama, 121min, não recomendado para menores de 12 anos) Em Volver, Pedro Almodóvar leva suas cores para a cozinha. O filme é completamente feminino e até mesmo a cena que muda o destino da personagem de Penélope Cruz se passa na cozinha. E a paixão de Raimunda pela cozinha transparece quando ela prepara as tortillas de batata e um delicioso pudim de leite. Um casamento à indiana (Monsoon Wedding, Índia, 2001, Comédia, 119min, classificação indicativa livre) Um filme colorido e condimentado por sabores exóticos, sobre uma família indiana prestes a organizar um casamento arranjado. O bufê da festa é uma explosão de sabores. No cardápio, bhuna chicken, frango temperado com especiarias, os chutneys e a sobremesa gulab jamun, bolinhos de leite recheados com pistache. Casamento grego (My Big Fat Greek Wedding, EUA, 2002, Comédia, 95min, classificação indicativa livre) Toula Portokalos é uma mulher de trinta anos, solteira, que mora com os pais e trabalha como caixa no restaurante da família grega. Um belo dia, ela resolve dar uma guinada na vida, se inscreve na faculdade e arruma um namorado, que não é grego, para o desespero da família. Os costumes familiares e também gastronômicos da Grécia são peças-chaves no filme. No Dancing Zorba;s, são servidas as dolmadákias, folhas de parreira enroladas com recheio de carne de cordeiro, além de outros pratos típicos, como moussaka, iguaria feita com berinjela e carne moída.

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