Diversão e Arte

Compositores correm para apresentar sambas-enredo sobre Brasília

postado em 18/07/2009 09:00
Que a história de Brasília vai passar pela avenida do samba, no Rio de Janeiro, em 2010, o brasiliense já sabe. Tem gente se aquecendo para estar lá, no chão, vibrando. Mas há também os que se preparam também para cantar no Sambódromo o cinquentenário da capital federal. São os sambistas e compositores da cidade que rabiscam os papéis com poesia e harmonia para tentar vencer a disputa pelo samba-enredo da Beija-Flor de Nilópolis.

A escola de samba vai homenagear Brasília na Marquês de Sapucaí. O tema abordará a terra da visão de Dom Bosco, o amor de Paranoá e a índia Jaci (mito Goiaz), além de uma cidade do Egito que foi construída em quatro anos, com grandes avenidas de norte a sul, tal qual a capital federal. Vai passear também pela vegetação do cerrado, os mananciais, a Missão Cruls, que desbravou o Planalto Central, Juscelino Kubitschek, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.

Com a sinopse, descrevendo Brasília das lendas à realização, e com o enredo Brilhante ao Sol do Novo Mundo, Brasília do Sonho à Realidade, a Capital da Esperança, compositores locais e do Rio de Janeiro se preparam desde o último 17 de junho. A ideia é vencer o concurso que vai escolher o melhor samba-enredo. Na noite da última quinta-feira, uma dessas criações foi apresentada para a plateia que se concentrou no Açougue Cultural T-Bone, na 312 Norte.

A Brasília escrita pelo cantor e compositor Paulo Djorge e por Tutuca da Cuíca prendeu a atenção dos ouvintes. Agradou. Ficou na cabeça: ;Vai jorrar leite e mel, 50 anos de amor, Brasília voando alto, nas asas da beija-flor;.

Pelo Distrito Federal, outros sambas estão sendo escritos para, junto com o de Djorge, competir pelo melhor samba-enredo. Os compositores brasilienses têm até 24 de julho para entregar as criações. É assim: a letra precisa seguir a estrutura da sinopse apresentada pela escola e da proposição do enredo feito pelos carnavalescos da Beija-Flor. No dia 26, uma comissão da agremiação chega à cidade para escolher até quatro sambas-enredo. A disputa final ocorre no Rio, entre agosto e setembro.

Moacyr de Oliveira, o Moa, presidente da Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc), que acompanha as negociações com a escola carioca, acredita que pelo menos 15 sambistas da cidade estejam se preparando para participar do concurso. ;Não temos número fechado, porque não é preciso inscrição. Mas já ouvi falar que tem muita gente trabalhando;, disse.

Quem quiser participar deve entregar 10 cópias do samba com um CD gravado até as 19h de 24 de julho na Quadra da Aruc (Área Especial 8, Cruzeiro Velho). O governo local já fechou o contrato com a escola, por meio da Brasiliatur, de R$ 3 milhões. Ainda há trâmites burocráticos, mas o secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, lembra que os R$ 500 mil a mais prometidos serão garantidos com apoio de empresários.

; BEIJA-FLOR
Criada em 1948, o grupo nasceu como bloco de carnaval e teve o nome inspirado em um rancho chamado Beija-Flor. A escola de Nilópolis (RJ) adotou as cores azul e branca na bandeira e nos desfiles. O primeiro ocorreu em 1954, no segundo grupo. A escola levou o primeiro lugar e passou para o Grupo 1. Em 1974, ganhou força no carnaval. O primeiro título veio em 1998. Entre 2003 e 2008, levou a disputa cinco vezes no grupo especial. A escola foi a escolhida para levar os 50 anos do DF ao Sambódromo.

; BATUQUE
Em 26 de julho, uma comissão da Beija-Flor virá a Brasília para escolher os sambas-enredo que irão disputar a final, no Rio. O dia inteiro, na quadra da Aruc, será de agitação. Às 14h, haverá oficina com Selmynha Sorriso e Claudinho (primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola) para as porta-bandeiras e mestres-salas de Brasília. A partir das 17h, a quadra se transforma em festa com apresentações dos núcleos e baterias de escolas do DF. Após a apresentações de 10 sambas-enredo para a Beija-Flor, o grupo Coisa Nossa fecha o domingo.

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