postado em 31/07/2009 08:01
Em setembro de 2008, True blood estreou na tevê norte-americana com uma audiência de 1,5 milhão de espectadores. Um bom índice, mas que parece pouco quando comparado com o público que acompanhou o início da segunda temporada, em junho passado. Com 5,1 milhões de fãs, firmou-se de vez como a criação mais popular da HBO desde Família Soprano e Sex and the city. Não sem méritos. O canal apostou novamente na ousadia: os vampiros de Bon Temps, a cidadezinha sulista onde vive a garçonete Sookie Stackhouse (Anna Paquin), são sanguinolentos e atrevidos. Matam de inveja as criaturas que vez ou outra saem das sombras em filmes de Hollywood.[SAIBAMAIS]É um desses casos em que a tevê dá lições para o cinema. Pouco depois do lançamento dos primeiros episódios de True blood, a indústria cinematográfica se esbaldava com o romantismo ingênuo de Crepúsculo. Um sucesso de bilheteria, mas que parece inofensivo quando se compara com o que se vê na telinha. Criado por Alan Ball , o thriller cômico soava mais caloroso. Sobretudo no começo da primeira temporada (que foi lançada em DVD no Brasil), a mistura frenética de horror e sátira social (com fartas doses de sexo, violência e escatologia) produziu uma charge demolidora da América dos puritanos. Uma série com essa sede de provocação não poderia parecer mansa. E não parece.
Na conservadora Bon Temps, os vampiros ;saíram do armário; e cobram seus direitos. Oficialmente, não atacam mais os humanos ; se satisfazem com goles de sangue sintético, vendido em bares e supermercados. Na tevê, líderes nada monstruosos discursam sobre a fase politicamente correta dos mortos-vivos. Mas e na prática? A adaptação dos best sellers de Charlaine Harris (cujo segundo livro, Vampiros em Dallas, acaba de ser lançado no Brasil pela ARX), narra com sarcasmo a paixão polêmica entre uma garçonete telepática e Bill, um vampiro de 173 anos de idade (Stephen Moyer). A segunda temporada, em exibição na HBO brasileira (domingo, às 22h), começou menos afiada, mas promete distribuir dentadas contra fanáticos religiosos. Diversão, sim, mas nada juvenil.
; Leia trecho do livro Vampiro em Dallas, de Charlaine Harris
Ele se inclinou sobre o balcão para me beijar. Seus lábios eram tão frios quanto sua voz. Foi preciso me acostumar a isso. Como quando eu apoiava minha cabeça no seu peito e não ouvia o coração batendo lá dentro.
; Boa noite, querida ; ele disse com sua voz sussurrada.
Passei-lhe um copo do B negativo sintético desenvolvido pelos japoneses. Ele virou o copo e lambeu os lábios. Ficou mais rosado quase que imediatamente.