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Cantor recebeu níveis letais de poderoso anestésico e morreu por overdose

postado em 25/08/2009 08:29
O popstar Michael Jackson estaria vivo se o cardiologista Conrad Murray tivesse monitorado suas funções cerebrais e tomado seu pulso na noite de 25 de junho. Quem garantiu ao Correio é o médico norte-americano Barry Friedberg, que já aplicou anestésicos em 5 mil pessoas e escreveu o livro Anestesia em cirurgia cosmética, detalhando suas experiências. Ele ainda tenta entender como Murray cometeu um erro básico e letal na medicina: segundo documentos judiciais aos quais a rede de TV CNN teve acesso, Lakshmanan Sathyavagiswaran ; legista-chefe do condado de Los Angeles ; encontrou níveis letais de Diprivan (propofol) no sangue de Jackson.

Em seu depoimento à polícia, Murray contou que 10 minutos após aplicar propofol, deixou Michael Jackson sozinhoPor sua vez, o site TMZ.com divulgou que Murray confirmou à polícia ter diluído 50mg de propofol em lidocaína e aplicado a solução nas veias do cantor para ajudá-lo a dormir, durante seis semanas. No entanto, ao perceber que Jackson começava a desenvolver dependência do medicamento, o cardiologista decidiu mudar a dosagem. Em 22 de junho, dois dias antes da morte do paciente, ele administrou 25mg de propofol, com Lorazepam e Midazolam. No dia seguinte, manteve a medicação, mas deixou o propofol de fora. À 1h30 de 25 de junho, o popstar recebeu Valium. Ainda desperto, recebeu mais 2mg de Lorazepam, meia horas depois. Sem dormir, Michael Jackson seguiu recebendo 2mg de Lorazepam às 2h30 e mais 2mg de Midazolam às 3h. Novas dosagens de lorazepam e midazolam foram injetadas às 5h e às 7h30. Às 10h40, Murray tornou a aplicar 25mg de propofol diluído em lidocaína.

De acordo com Friedberg, Michael Jackson provavelmente não estava conectado a um oxímetro de pulso, aparelho que monitora a quantidade de oxigênio no cérebro. ;Quando usamos esse aparelho, detectamos a redução na respiração. Michael Jackson estaria vivo hoje se Murray tivesse observado as funções cerebrais dele;, garante o especialista. ;Esse monitoramento revelaria o quanto a droga afetou o cérebro. Pelas informações que tivemos, o equipamento, que custa poucas centenas de dólares, não estava no quarto de Michael.;

Agonia rápida
O anestesiologista explicou ainda que um paciente sem esse acompanhamento morreria em minutos. Isso porque, segundo ele, o propofol ;ordena; ao cérebro que o corpo pare de respirar, relaxando o tônus muscular das vias respiratórias. ;Sem oxigênio, o coração para em cinco ou seis minutos e o cérebro morre;, afirmou. Friedberg também acha suspeito o fato de Murray ter interrompido a manobra de ressuscitação cardiorrespiratória (CPR, pela sigla em inglês) em Jackson para buscar ajuda.

Em seu depoimento à polícia, Murray contou que 10 minutos após aplicar propofol, deixou Michael Jackson sozinho e foi ao banheiro, onde teria ficado por apenas dois minutos. Quando voltou, percebeu que o popstar não mais respirava. Ainda segundo o cardiologista, ele começou a fazer a CPR e parou para chamar por Prince Jackson, o filho mais velho de Michael. ;Quando se tenta trazer um paciente de volta à vida, não se pode parar e buscar ajuda;, criticou Friedberg. A agência de notícias Associated Press citou uma autoridade policial e confirmou que o caso é tratado como ;homicídio;. Os investigadores teriam encontrado oito garrafas de propofol dentro da mansão alugada do cantor. Também foram apreendidas embalagens de Valium, Tamsulosin, Lorazepam, Temazepam, Clonazepam, Trazodone e Tizanidine.


Enterro remarcado

Depois de ficar mais de dois meses em uma geladeira do cemitério de Glendale Forest Lawn Memorial Park, em Los Angeles, o corpo de Michael Jackson será enterrado no local, no próximo dia 3. A família do popstar vai arcar com os custos do sepultamento, que incluem os salários dos policiais que vão garantir a segurança do evento. A cerimônia será privada e os restos do cantor serão depositados na seção Terraço Sagrado, onde estão enterrados Clark Gable e Jean Harlow.

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