Diversão e Arte

Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência acontece pela quarta vez em Brasília

postado em 25/08/2009 09:01
Corações, indicado ao Urso de Prata, em Berlim, será exibido amanhãNa tela, o retrato de uma vida normal: com percalços, vitórias e lutas. Os personagens, reais ou de ficção, não enxergam, não ouvem, não andam ou não reagem aos estímulos da maneira convencional. Seria demasiado dramático ou sensacionalista se a ideia não fosse justamente o contrário: expor, por meio da arte, a bravura e naturalidade de gente com deficiência. ;Em 1999, eu e Gustavo Acioli produzimos uma curta no qual a personagem principal era cega. O material foi para um festival temático em Munique, na Alemanha. Lá, descobrimos um outro universo de qualidade cinematográfica e humana, principalmente. Filmes que tratavam de perto e de maneira sincera as pessoas com deficiência. Obras tanto contundentes, quanto poéticas;, lembra Lara Pozzobon.

Desde 2003, ela e Gustavo Acioli são os curadores do Assim Vivemos ; Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência, que acontece pela quarta vez em Brasília, a partir de hoje ; o evento é realizado a cada dois anos, também no Rio de Janeiro e, neste ano, pela primeira vez, em São Paulo. Filmes e documentários de todo o mundo foram selecionados por um júri e serão exibidos, gratuitamente, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), até 6 de setembro. ;Discussões como essas colocadas no ambiente da arte e da cultural mudam a postura e o grau de receptividade das pessoas. Porque a arte toca de outra forma, é diferente de ver matérias jornalísticas sobre o tema;, acredita a curadora.

[SAIBAMAIS]Serão 24 produções de 13 países, sendo quatro brasileiras, com sessões diárias às 14h30, 16h30, 18h30 e 20h30. ;Para o Brasil, a proporção é boa, já que temos poucos trabalhos. Na Inglaterra e na Polônia, por exemplo, existe a tradição de fazer esses filmes de alta qualidade. Lá, as discussões sobre direitos humanos estão mais adiantadas. As associações têm mais força para exigir acessibilidade nas cidades;, acredita Lara Pozzobon.

Durante as exibições, haverá sistema de dublagem interpretada ao vivo por atores e transmitida por fones, além de legendas e interpretação da linguagem brasileira de sinais. Serão distribuídos catálogos em braile com as sinopses dos filmes. E, em todas as quartas e quintas-feiras, após a penúltima exibição, profissionais da área de cinema e saúde se integram com o público durante debates.

Um dos destaque exibidos amanhã é a produção norueguesa Corações (;yvind Sandberg). Indicada ao prêmio Urso de Prata, trata da história de um jovem com síndrome de Down, sua namorada e um amigo. O casal fica noivo, para o desespero da mãe da moça.


ASSIM VIVEMOS ; FESTIVAL INTERNACIONAL DE FILMES SOBRE A DEFICIÊNCIA

De hoje a 6 de setembro, no Centro Cultural Banco do Brasil (SCES, Tc. 2; 3310-7087). Hoje, às 14h30, Somos todos Daniel (Canadá, 90min), de Jesse Heffring; às 16h30, Mundo asas (Argentina, 90min), de Leon Gieco, Sebastian Schindel e Fernando Molnar; às 18h30, Pindorama (Brasil, 81min), de Roberto Berline, Lula Queiroga e Leo Crivellare; e às 20h30, Sentidos à flor da pele (Brasil, 80min), de Evaldo Mocarzel. Entrada franca. Classificação indicativa livre (com exceção de Blues da moça cega, Os marginais e Sexo, deficiência e videotape, não recomendado para menores de 16 anos)

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação