postado em 25/08/2009 12:37
Com seu ritmo pop, seu gingar dos quadris provocador e decotes pronunciados, Dashni Murad, mais conhecida como a "Shakira do Curdistão", causa sensação nesta região autônoma do norte do Iraque, onde sua música causa uma verdadeira revolução nos costumes conservadores. O álbum desta jovem de 23 anos, longa cabeleira e cintura fina faz o maior sucesso entre os jovens locais.A influência da cantora colombiana é clara em seu trabalho e no videoclipe de uma de suas músicas, "Hela Hupa", onde ela aparece vestida com uma saia de lantejoulas, cabelos ao vento, e requebrado muito parecido com os da verdadeira Shakira. "Eu me inspiro nela artisticamente, mas tento criar meus próprios movimentos", defende-se a arista.
Seus shows geram polêmica no Curdistão. Apesar de muitos curdos adorarem a novidade, outros se sentem incomodados pela ousadia que ofende sua cultura e o Islã. "Ela se apresenta de uma maneira estranha. Talvez seja porque cresceu no Ocidente. Para os europeus, tudo bem, mas para nós, não. Ela vai destruir as bases de nossas comunidade", reclama Rasul Faqin, um funcionário público de 34 anos.
Até mesmo as associações feministas são contrárias à artista, por considerar que ela atenta contra a imagem da mulher. "Nós nos opomos à utilização do corpo da mulher para atrair a atenção. Vai contra nossa política de defesa dos direitos da mulher e de sua emancipação", explica Susan Aref, da Organização pela Emancipação das Mulheres do Curdistão.
Dashni rebate estas críticas afirmando que, ao contrário, quer que sua música se converta num instrumento da cultura curda. "Escolhi fazer isso porque acho que as pessoas, em particular os jovens, precisam de um estilo artístico novo para quebrar os tabus do passado".