postado em 26/08/2009 08:13
Rio %u2014 Em 2003, Vani e Rui, o amalucado casal interpretado por Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães chegou a tela grande no longa-metragem Os normais. O filme mostrava como os dois personagens do homônimo seriado de tevê (exibido pela rede Globo de 2001 a 2003) acabaram juntos. O sucesso de bilheteria rendeu propostas para uma nova incursão pelo cinema. Mas tantos os atores, quando o diretor (José Alvarenga Jr.) e os roteiristas (Alexandre Machado e Fernanda Young) estavam envolvidos em outros projetos e a história de uma continuação não foi para frente.
Seis anos após o primeiro longa, Rui e Vani estão novamente em cena. Os normais 2 %u2014 A noite mais maluca de todas entra em cartaz sexta-feira. "Com as reprises, exibidas atualmente pelo canal GNT, e os DVDs, surgiu um novo público para a série. Gente que era mais nova quando ele foi exibido pelo primeira vez. Vejo isso pelo meu filho. E era necessário também que o público mais antigo sentisse saudade deles", justificou José Alvarenga Jr., diretor dos dois filmes e do seriado, na coletiva de imprensa realizada segunda-feira, em São Paulo.
Na trama, Vani e Rui estão há 13 anos juntos. Para apimentar a relação e fugir da crise, decidem experimentar um ménage à trois, o sexo a três. Durante uma noite inteira, eles passam por diversas situações cômicas a procura de uma parceira. "Eles são personagens muito sexualizados. Será que depois de 13 anos ainda estariam assim? Eu queria mostrar isso", explica Alexandre Machado. Comédias (especialmente as de produção independente) e sitcoms americanas são influências assumidas dos roteiristas. "Ao mesmo tempo, vejo Os normais como uma coisa muito brasileira", pondera Fernanda Young.
[SAIBAMAIS]O filme foi rodado em cinco semanas nos estúdios da Globo (apenas uma cena foi rodada em locação externa, no Arpoador, no Rio de Janeiro). "Somos muito amigos, mas não nos encontramos muito. Curtimos muito o tempo que passamos juntos durante as gravações", conta Luiz Fernando Guimarães. A preparação dos atores foi simples, sem ensaios, com apenas uma leitura do texto antes de começar as filmagens. Fernanda Torres observa que o roteiro é tão bem preparado que não sobra espaço para mudanças. "Improviso mesmo, acho que mais na parte física, de como a gente se movimentava em cena", detalhe a atriz.
Sem apelação
Alvarenga considera o segundo filme um retorno ao que era visto na tevê. "No primeiro longa, mostramos o que as pessoas não sabiam deles. Agora, voltamos com algumas das características da série. Trouxemos de volta a sacanagem, a ação que se desenrola durante apenas uma noite e também os elementos de diversos tipos de humor", conta. Apesar de falar de sexo, o filme toca no assunto de maneira sutil. "A sacanagem está nos olhos de quem vê. O filme não tem nada de apelativo", defende o diretor.
No mesmo ano que Os Normais 2 chega aos cinemas, a série de televisão é negociada para venda com o canal pago americano Sony. "O que seria vendido é o formato, não a série que já está pronta. Isso pra nós é motivo de muito orgulho", comenta Alvarenga. As apostas n%u2019Os normais não são poucas. Orçado em R$ 5 milhões, o filme será lançado em 300 salas %u2014 fato inédito no cinema nacional desde a retomada. Mas a pretensão da Globo e da Imagem Filmes (responsáveis pela produção) é que o número chegue a 400.
Um terceiro filme d%u2019Os normais ou a volta do seriado não estão descartadas. "Como estamos juntos nas coletivas de imprensa, na divulgação do filme, temos conversado muito sobre isso. Só posso dizer que estou afim", afirma Alvarenga. O que os envolvidos se perguntam é qual caminho seguir. "Um filho de Rui e Vani, quem sabe?", sugere Alexandre Machado. "Acho interessante a ideia da separação", arrisca Fernanda Young.
O repórter viajou a convite da Imagem Filmes