Diversão e Arte

Cirque du Soleil chega com sua trupe a Brasília em 18 de setembro com Quidam

postado em 30/08/2009 09:35

Uma pequena vila com quase 200 pessoas pulsa toda vez que uma das maiores companhias de circo do mundo desembarca numa cidade. Há 25 anos na estrada, o grupo canadense Cirque du Soleil já acostumou a mudar a rotina de muitos lugares por onde passa. Não será diferente quando a trupe chegar a Brasília em 18 de setembro, trazendo na bagagem o espetáculo Quidam. A última vez que o coletivo andou pelo Brasil foi em 2008, com a montagem de Alegría, antes da primeira vinda, em 2006, com Saltimbancos. Nessa nova temporada pelo país, nove cidades brasileiras recebem a companhia, na maior turnê já realizada na América Latina. Pelo menos 800 mil pessoas devem assistir às novas apresentações, só no Brasil.

A estreia brasileira ocorreu em 11 de junho, em Fortaleza. A parada seguinte da trupe foi em Olinda (PE), em 9 de julho. Agora é a vez de os baianos conferirem a passagem do grupo que reinventou a arte circense no mundo. Na última terça-feira, o Correio foi convidado a participar, na capital baiana, de um tour pelos bastidores do espetáculo Quidam. Os números impressionam.

Como acontece em toda cidade onde a companhia desembarca, cerca de 350 pessoas locais foram movimentadas para dar vida à pequena vila circense levantada numa área de 20 mil metros quadrados. Só para montar as sete tendas do circo e outras estruturas como escritórios, as duas cozinhas que atendem diariamente a quase 500 pessoas e a escola dedicadas aos filhos dos artistas, 200 pessoas foram contratadas. ;Quando chegamos aqui há três semanas, não tinha nada. Montamos toda essa estrutura em sete dias;, conta a canadense Marie Josée, relações públicas do grupo. ;Como já estão treinadas, essas 200 pessoas voltam para desmontar o circo;, explica.

Em Salvador, o Cirque du Soleil foi erguido no Parque de Exposição Agropecuária. Em Brasília, será montado no estacionamento do Mané Garrincha. Outras 150 pessoas são contratadas durante a passagem do circo por uma cidade para prestação de serviços internos como vendedor ambulantes dos produtos da companhia, cozinheiro, orientador de arquibancadas, auxiliar de limpeza, segurança.

Crianças na escola A rotina na cidade do Soleil começa cedo, às 7h, e não tem hora para acabar. A língua oficial dessa minúscula babel que comporta 23 nacionalidades é o inglês. Ao longo do dia, o fluxo de carros e caminhões trazendo alimentos e equipamentos técnicos e de reparos é grande. Uma cozinha nacional, que atende os funcionários tercerizados, e outra internacional, dedicada às 160 pessoas que integram o circo, entre artistas, parentes e funcionários administrativos, oferecem, em média, quase 500 alimentações diárias. Missão que fica a cargo do neozelandês Ian Braund e sua equipe de 16 funcionários. ;Trabalhamos com um cardápio internacional;, destaca ele.

Na escola do Cirque du Soleil, duas professoras são responsáveis pela educação de sete crianças entre 7 e 16 anos. Duas delas são integrantes do espetáculo Quidam. O restante são filhos de artistas. Primeira pessoa da história da trupe a ter nascido no meio de uma turnê, a russa Poliana Zaitzeva, 12 anos, é uma das alunas. Aplicada e disciplinada, ela conta que se sente meio diferente com relação aos amigos que nasceram fora do circo. ;É engraçado porque me sinto como se não tivesse a mesma vida que as outras pessoas;, observa.

Cantora e uma das protagonistas de Quidam, na pele da personagem Zoé, a canadense Ella Bangs, 11 anos, admite sentir o peso de estar à frente de um espetáculo tão grandioso. ;É um pouco assustador;, resume.

Segundo maior espaço do Cirque du Soleil, a tenda dos artistas é o centro nervoso da companhia. É ali que passam a maior parte do dia os 51 protagonistas responsáveis por dar vida ao espetáculo que há 13 anos percorre o planeta. Mistura de alojamento com área de treinamento, o espaço também é lugar de descanso e de concentração.

Ali é reduto quase que permanente da goiana Gracilene de Moura Mevius, 35 anos, há quatro anos na companhia. Com quatro colegas, ela executa o audacioso quadro com as cordas voadores (spanish webs). ;Comecei minha carreira como ginasta olímpica e depois consegui uma vaga no circo do Marcos Frota, onde passei oitos anos. Acho que essa experiência carimbou meu passaporte para o Cirque du Soleil;, avalia. Casada com o alemão Tony Mevius, também companheiro de equipe no spanish web, ela não esconde saudades de casa, mas se sente realizada onde está. ;Nunca imaginei que um dia fosse fazer parte de uma grande companhia como o Cirque ;, diz. ;Aqui me encontrei."

QUIDAM Exibições de 18 de setembro a 4 de outubro, no estacionamento do Estádio Mané Garrincha. Capacidade da tenda: 2.600 lugares. Duração: 150 min incluindo intervalo de meia hora. Quinta e sexta, às 21h, sábado, às 17h e 21h, e domingo, às 16h e 20h. Ponto de venda: Fnac (Parkshopping), de segunda a sábado, das 10h às 20h, e domingos e feriados, das 12h às 20h. Preços: premium tapete vermelho (área vip e open bar) a R$ 680 e R$ 435 (meia); premium a R$ 490 e R$ 245 (meia); setor 1 a R$ 420 e R$ 210 (meia); setor 2 a R$ 350 e R$ 175 (meia) e setor 3 a R$ 230 e R$ 115 (meia). Central de vendas: 4004-3100. Não recomendado para menores de 13 anos. Menores de 13 anos acompanhados dos pais ou responsáveis.

Veja trechos do espetáculo O repórter viajou a convite da Time For Fun

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