Diversão e Arte

Brasilienses de todas as idades se rendem ao jogo Guitar Hero

O videogame que possibilita o sonho de virar um popstar é febre mundo afora

postado em 30/08/2009 13:44
É de lei. Domingo é dia de churrasco na casa do comerciante Juliano Pereira, 31 anos, no Cruzeiro Velho. Os amigos se reúnem para assar carnes diversas, tomar uma cervejinha e ouvir; rock;n;roll. ;Aqui, não rola Zeca Pagodinho;, avisa o dono da churrasqueira. Lá, a trilha sonora explode no telão, quando ele liga o amplificador e começa a jogar Guitar Hero, videogame que tem adeptos de todas as idades espalhados pelos quatro cantos do globo e é a nova maneira de se envolver apaixonadamente com o bom e velho rock. ;Você não aprende a tocar o instrumento, mas ajuda com as articulações das mãos. Ficou mais fácil dominar o violão depois que comecei a jogar. A bateria também é muito boa para dar noção de ritmo;, conta Juliano.

Por causa da rotina de trabalho, ele diz só praticar o Guitar Hero durante 40 minutos por dia, mas já é o suficiente para ajudar com as aulas de violão de verdade. Juliano já investiu um bom dinheiro comprando o videogame Xbox, joystick em forma de guitarra (R$ 450), e outro no desenho de bateria (R$ 600). Além, é claro, do enorme aparelho televisor. Quem se aproveita dessa estrutura é Fabrício da Silva Fernandes, 24, um dos amigos ;bicões; que frequentam o churrasco. ;Não tem como você não se sentir um verdadeiro rock star, saca?;, afirma Fabrício, com a marra típica de grandes ídolos.

O adolescente Victor Roncisvalle, 14, começou na carona dos amigos André Carvalho, 14, Carlos Eduardo Albanesi, 15, e José dos Reis,13. No início, há três anos, passavam em média quatro horas por dia na frente do Guita Hero. Tomou gosto pelo manuseio dos instrumentos e passou da brincadeira para o aprendizado de verdade. Hoje, ele toca violão e guitarra. ;Meu próximo alvo é o cavaquinho; avisa. Atualmente, o quarteto divide espaço com outros jogos como Counter Strike e Warcraft. ;Nossos pais preferem que a gente fique com o Guitar Hero;, conta André.

A necessidade de praticar constantemente o Guitar Hero é estimulada pela constante sucessão de desafios. O último do jogo é a faixa Through the fire and flames, da banda Dragon Force, presente na versão Guitar Hero 3: Legends of Rock. Nada mais, nada menos do que 3.722 notas devem ser acionadas usando os botões do joystick numa música que tem duração de 7 minutos. A última ;lenda do rock; a ganhar um registro no Livro dos Recordes e o status de celebridade instantânea foi o texano de apenas 14 anos Danny Johnson, que este ano marcou 973.954 pontos.

O Guitar Hero também é uma porta de entrada ao complexo mundo do rock. Alunos do ensino médio do colégio Ciman, Pedro César, 16 anos, Jessica Matos, 15, e Camila Carvalho, 15, conversam como grandes entendidos no gênero. Eles já gostavam de rock, mas passaram a conhecer melhor depois de consumir horas de jogo. ;Conheci bandas mais novas e também músicas daquelas menos conhecidas ou alternativas. Nisso o jogo ajuda bastante;, afirma César.

A dupla Juliano Pereira e Fabrício Fernandes também enveredou pelos subgêneros do rock e, confessa, o jogo ajudou a amenizar preconceitos. ;Antes eu só ouvia new metal, agora conheço outras bandas;, afirma Juliano. ;Sempre fui eclético, mas conheci coisas mais alternativas, como The Mars, por exemplo;, completa Fabrício. Se tudo correr bem, a paixão pelo rock digital seguirá por gerações. Bryan, o filho de 9 meses de Juliano já acompanha com entusiasmo o pai durante as sessões de Guitar Hero. Em breve, ele também será uma ;lenda do rock;.

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