A retirada de "Tintim no Congo" das prateleiras públicas pela biblioteca do Brooklyn gerou uma nova polêmica em Nova York em torno da história criada pelo belga Hergé, considerada racista.
Em um comunicado, a Biblioteca Pública do Brooklyn anunciou que decidiu retirar seu exemplar de "Tintim no Congo" do acesso direto, mas esclareceu que permanece disponível "para qualquer um que solicitar uma consulta".
"É importante esclarecer que não estamos censurando este livro", disse Malika Granville, porta-voz da instituição do bairro de Nova York, após a divulgação de vários artigos sobre a polêmica na imprensa local.
A diretora executiva da União de Liberdades Civis de Nova York (NYCLU), Donna Lieberman, criticou a decisão ao afirmar que "quando alguém retira um livro das prateleiras porque é ofensivo, está sufocando o debate e sufocando a liberdade".
Após os artigos na imprensa sobre a polêmica e os protestos dos defensores da liberdade de expressão, a biblioteca do Brooklyn assegurou que, com a medida, buscava na realidade proteger o livro, e não censurá-lo.
"Durante algum tempo, nossa cópia de ;Tintim no Congo; era a única disponível em uma biblioteca pública nos cinco distritos de Nova York. Por essa razão, é apropriado ter um nível maior de proteção", disse Granville.
Há dois anos, a livraria Borders, que distribui o título nos Estados Unidos, anunciou uma medida similar, motivada pelas acusações de racismo.
"Já que ;Tintim no Congo; poderá ser ofensivo para alguns de nossos clientes, decidimos colocar o título nas seções de nossa loja dedicadas principalmente aos adultos", indicou a Borders em 2007.
Os críticos do jovem repórter consideram que o episódio no Congo contém imagens e diálogos que envolvem ideias racistas, segundo as quais os africanos são selvagens, parecem macacos e falam errado.