Diversão e Arte

A agonia do Teatro da Praça, em Taguatinga

postado em 03/09/2009 10:56
O principal espaço de Taguatinga ainda sofre com o descasoEra para ser uma festa de comemoração dos nove anos de cultura de resistência. No entanto, o Sarau Tribo das Artes vai trocar os festejos por protestos. O motivo é a atual situação do Teatro da Praça em Taguatinga, que padece de falta de uma política de manutenção, apesar de ter sido reformado recentemente nas comemorações dos 50 anos da cidade. Terça-feira, às 20h, o tom será de indignação às escuras. Doze dos 16 refletores de luz, por exemplo, estão queimados. ; Cada uma dessas lâmpadas custa R$ 60. Precisamos comprar em quantidade para fazer estoque de reposição. Isso necessita de licitação e distribuição de carta-convite às empresas. Estamos dando caráter de urgência, mas acredito que até o fim do ano vamos conviver com esse problema, lamenta o administrador Gilvando Galdino. A demora tira a paciência dos artistas. Em e-mail enviado ao Correio, a Tribo das Artes publica o rol dos problemas: ;A cortina não abre, não há funcionário para operar som e luz, nem ninguém na bilheteria. Já fizemos reunião com o coordenador cultural da Administração de Taguatinga, mas nada adiantou;. ; Eles obrigaram a gente a assinar um termo que não se pode pôr nenhum prego nas paredes do foyer. Há meses, fazemos as exposições com os quadros no chão, reclama ativista cultural Ruiter Lima. Surpreso com a indignação dos artistas, Gilvando Galdino explica que a falta de funcionário para o teatro é comum a todas as áreas do governo. Promete, no entanto, melhorar a estrutura para o sarau de terça. ; Não temos funcionários. Assim como falta policial na segurança pública, falta gente na área de saúde. Mas sempre que fornecemos a pauta para ocupação o artista é informado que não há mão de obra. Agora, nunca as atividades do centro cultural foram tão prestigiadas quanto hoje. As dificuldades deste ano serão resolvidas com um planejamento para 2010, quando vamos contratar empresa de manutenção e administração do teatro, compromete-se. Outra forte reivindicação da classe artística é a saída da clínica Aste, que ocupa espaço destinado à atividade cultural. O administrador garante que até o final do ano serão suspensos os serviços médicos e odontológicos, cedendo o espaço para ser ocupado por entidades culturais. Enquanto as soluções não se concretizam, a Tribo das Artes articula-se com Fórum do Canto de Cá, formado por artistas das cidades do DF, para fazer espécie de ocupação sistemática dos espaços culturais. ; Com oficinas, cursos para comunidade, eventos culturais variados e uma forma da comunidade cultural administrar o espaço, observa Ruiter Lima.

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