Agência France-Presse
postado em 11/09/2009 13:24
Veneza - Na véspera do encerramento do Festival de Veneza, o estilista Tom Ford apresentou nesta sexta-feira seu primeiro filme, A single man, que concorre ao Leão de ouro.
Estilista influente e empresário de sucesso, o americano Tom Ford, ex-diretor artístico das marcas Gucci e Yves Saint Laurent, apostou numa adaptação de um romance do britânico Christopher Isherwood para se lançar na sétima arte.
A single man traça o perfil de George Falconer, um professor de universidade de idade avançada (Colin Firth) cujo companheiro morre em um acidente de carro.
Oito meses mais tarde, George ainda sofre e perdeu o gosto de viver, apesar do reconforto de sua velha amiga Charley (Julianne Moore), ela também uma solitária. Testemunha desta tragédia, um belo aluno resolve se aproximar do professor.
A single man abusa um pouco nas cores. Reconstituído com cuidado, mas sem grande originalidade, o filme se passa em 1962 durante a crise dos mísseis em Cuba e evoca também a reprovação social ligada à homossexualidade invisível da época.
Este ano em Veneza "poucas produções foram unanimidade, tanto junto aos críticos e ao público", apesar de longas como Lebanon, Lola, Life during wartime ou Lourdes aparecerem como os favoritos da crítica, conforme afirma o jornal Il Gazzetino de Venise.
Muito aplaudido, o filme israelense Lebanon de Samuel Maoz era o favorito entre os dez sondados pela revista especializada Variety, à frente de Life during wartime, do americano Todd Solondz, e Lourdes, da austríaca Jessica Hausner.
Com relação aos prêmios de interpretação, os nomes de Isabelle Huppert, Sylvie Testud e Margherita Buy circulavam com bastante frequência, e com relação aos homens, os favoritos são Viggo Mortensen ou Michael Shannon.
Ainda existe o problema de Baaria, do siciliano Giuseppe Tornatore, afirma o Il Gazzetino, "um filme caro (35 milhões de euros) e cuja ampla difusão se beneficiou de um reconhecimento local".
Apesar de uma obra pouco sedutora, insiste o jornal, o júri pode sofrer pressões externas, "algo que nunca faltou em Veneza".
Revelado na véspera, o segundo filme surpresa do festival, Lola, retrata a face sombria das Filipinas, "a corrupção, a ilegalidade e a vida difícil das pessoas mais velhas que, em meu país, são os pilares da família", explicou à imprensa o cineasta Brillante Mendoza.