Agência France-Presse
postado em 16/09/2009 12:57
Los Angeles - A atriz sul-africana Charlize Theron não tem medo de enfrentar o "lado obscuro" de sua personalidade ao interpretar e prova isso mais uma vez em The burning plain, do mexicano Guillermo Arriaga, filme no qual interpreta uma mulher afligida por seu passado.
Neste longa-metragem, apresentado em 2008 no Festival de Veneza e que estreará na sexta-feira nos Estados Unidos, Charlize Theron é uma mulher ferida com sua vida despedaçada, com um emprego rotineiro e experiências sem futuro.
Depois de seu papel da assassina em série de Monster-Desejo assassino, de Patty Jenkins (2003), que lhe valeu um Oscar de melhor atriz, Charlize Theron abandona novamente sua glamorosa imagem de ex-modelo e mulher belíssima.
"Creio verdadeiramente que, para mantermos a saúde mental, o sangue frio e a paz interior, é necessário que nos confrontemos com o lado obscuro. Não tenho medo da escuridão", declarou a atriz.
"Acho também que sou uma pessoa sã, feliz e leve. E, na minha opinião, se tivermos medo (desse lado obscuro) e o evitarmos, terminamos nos perdendo. E isso nunca aconteceu comigo", afirmou.
Charlize Theron assegura que o roteiro de The burning plain, que combina as histórias de Silvia adulta - Charlize Theron - e adolescente, a "afligiu" após a leitura, principalmente pela "precisão" com a qual Arriaga descreve a visão de mundo de uma jovem de 15 anos.
"Lembro dos meus 15 anos, quando observava as relações das pessoas ao meu redor, pensando que entendia tudo. Em meu mundo, tudo era preto ou branco, bom ou mau, verdadeiro ou falso", recordou.
A opinião de Silvia adolescente sobre a relação extraconjugal de sua mãe - interpretada por Kim Basinger - estará na origem de um acidente dramático que envenenará toda a sua vida adulta.
O caminho desenhado por Arriaga para seus personagens em The Burning plain está cheio de armadilhas, mas, embora não as evite, oferece uma possibilidade de redenção, na qual Charlize Theron acredita firmemente, tanto no cinema como na vida.
"Nunca representei um personagem sem esperança. Creio realmente que a esperança no fato de que as coisas podem mudar para melhor é o que nos faz levantar de manhã e ir em frente".