Um pedido especial feito por ninguém menos do que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, fez com que o maior cantor popular francês retornasse a Brasília na sua última turnê internacional. É aqui na capital federal que Charles Aznavour faz, hoje à noite, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, o seu derradeiro show no país que ele tanto adora. ;Quis voltar a Brasília por causa do Ano Internacional da França no Brasil. O presidente Lula tinha comentado com o presidente Sarkozy que gostou muito do show do ano passado, e eu fiz questão de voltar à cidade. Não só por isso, mas pelo público de Brasília que é muito especial também;, contou em entrevista ao Correio. Aos 85 anos de idade, Aznavour encerra um período de turnês por vários países, mas isso não significa que ele pretende abandonar os palcos de vez. ; Aposentadoria é a ante-sala para a morte;, gosta de destacar. Considerado o Frank Sinatra da França, o cantor, compositor e ator revela ter uma grande admiração pelo Brasil, especialmente pela nossa música. Fã de bossa nova e da cantora Simone, ele também não poupou elogios ao público brasileiro. ;Toda fez que me apresento aqui, sempre recebo muito carinho. Por isso, fiz questão de voltar ao país. O público é muito musical e tem sentimento. Seus artistas também. Gosto muito da Simone, a considero uma grande intérprete, e ouço muito bossa nova;, revela. Edith Piaf Aznavour começou a se apresentar aos 9 anos e seu grande estouro aconteceu quando a cantora Edith Piaf o ouviu cantar e o incluiu na sua turnê pela França e pelos Estados Unidos. Por tudo isso, ela teve uma importância fundamental na vida e na carreira dele. No entanto, Aznavour faz questão de ressaltar que seu envolvimento com ela não passou de uma grande amizade. ;Morei na casa dela durante oito anos. E todo mundo me pergunta se namoramos. Eu compunha as músicas e ela as cantava. Era uma relação de amizade e profissional. Piaf foi uma grande dama e uma grande amiga;, enfatiza. No show de hoje, os fãs do artista nascido em Paris vão poder ouvir grandes sucessos de sua carreira como She, La Bohême, Que c`est triste Venise, Ave Maria e Les émigrants. Charles Aznavour ; ;EN ACCORD AVEC LEVON SAYAN; Hoje, às 21h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Ingressos: Poltrona VIP ; R$ 250 ( meia) e R$ 500 (inteira); Poltrona Especial: R$ 200 (meia) e R$ 400 (inteira) e Poltrona Superior ; R$ 150 (meia) e R$ 300 (inteira). Vendas de ingressos: O Boticário (Conjunto Nacional). Classificação indicativa: 16 anos. Informações: 3326-9070 e 8130-1417. ; Três perguntas Esse é um adeus definitivo? Vai ser a minha última temporada internacional. As viagens mais longas por várias cidades e países vão parar. Vou continuar cantando ainda, porém, mais na França e na Europa mesmo. Não se trata de um fim de carreira, até porque a aposentadoria é a ante-sala para a morte. E o que o motiva a continuar cantando? O palco é a minha vida. E toda vez que subo ao palco, revivo todas as emoções. O carinho do público me deixa cada vez mais feliz. No palco, posso transmitir a minha alma para o plateia ao vivo. O reconhecimento do público é a minha grande gratidão. Qual a sua opinião sobre Brasília? Gosto muito de Brasília, da arquitetura do Oscar Niemeyer. Tenho um filho que é arquiteto também, então, eu gosto muito do assunto. Fiqueio feliz com o último show que realizei na cidade no ano passado. Me impressionei com a plateia, que ficou toda parada e prestando atenção nas músicas. Aquilo me emocionou bastante. O público é realmente especial e a cidade mais ainda.
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