Agência France-Presse
postado em 18/09/2009 16:09
Londres - O desfile do veterano Paul Costelloe inaugurou nesta sexta-feira a Semana de Moda de Londres, que celebra seu 25º aniversário marcado pela volta dos alguns dos grandes nomes da moda britânica, que deixaram suas raízes durante anos.
Neste primeiro dia, em que os estilistas mais famosos como Paul Costelloe e Caroline Charles se misturaram aos principais talentos emergentes, um dos destaques foi o espanhol Emilio de la Morena, que apresentou uma coleção chique e sexy.
Paul Costelloe abriu a passarela londrina com uma coleção clássica para a temporada primavera-verão, com looks estruturados de jaquetas com ombreiras exageradas, minissaias armadas com estampas em relevo, saias tulipas e vestidos camisa de modelagem ampla. Os tons eram claros, principalmente o creme e suaves dourados e prateados, compensando a brutalidade das formas.
"É bastante conservadora e séria, mas também bastante sensível. É o que sou, é meu estilo. Quero criar roupas femininas e fazê-las atrativas para muitas mulheres, independentemente do tamanho que usem", declarou Costelloe após o desfile inaugural, que considerou um "presente envenenado".
O estilista britânico se manteve fiel durante 20 anos ao evento, com reputação de lançador de novos talentos, ainda que nem sempre consiga maior atenção das passarelas mais famosas de Paris, Milão e Nova York.
"Em fevereiro (quando foram apresentadas as coleções de outono-inverno), foram nossos talentos emergentes que fizeram o maior sucesso e trouxeram com eles as pessoas para ver algo novo, excitante, isto é Londres", disse Caroline Rush, diretora executiva do Conselho de Moda Britânica, que organiza o evento.
Emilio de la Morena é um desses talentos, como provou a grande quantidade de espectadores da primeira apresentação oficial de sua coleção, após um desfile de sucesso fora das passarelas, na temporada passada.
Este espanhol de Alicante, ainda pouco conhecido em seu país, joga com as sobreposições de capas e vestidos, combinando gazes transparentes com materiais mais opacos, incluindo até redes de pesca, para criar silhuetas muito femininas e fluidas, com reminiscências marinhas.
Outro talento emergente, a coreana Eun Yong, apresentou uma bela e romântica proposta inspirada nos trajes de balé do século XVI, toda em tons de branco e marfim, com babados, rendas e bordados de pedraria.
Além desses talentosos jovens, a Sema de Moda de Londres tem muito a comemorar nesta edição, durante a qual voltaram a desfilar alguns dos grandes nomens da moda britânica, liderados por Burberry e Matthew Williamson, após vários anos de ausência.
Os organizadores, que temiam por sua sobrevivência no calendário da moda, emitiram um número sem precedentes de credenciais, 5.000 no total, cerca de mil delas para compradores potenciais.
A Semana de Moda é muito importante para a capital britânica, com uma injeção direta de 20 milhões de libras (32 milhões de dólares, 22 milhões de euros) na economua, além de gerar cerca de 100 milhões de libras em pedidos (163 milhões de dólares, 110 milhões de euros) e outros 50 milhões de libras em cobertura na mídia.
"Esta é a indústria mais acessível do mundo, é a cidade mais criativa do mundo e os nossos (estilistas) são os mais inovadores do mundo", declarou o presidente do BFC em seu discurso de inauguração oficial, lembrando que a moda era a segunda maior empregadora da Grã-Bretanha.
"Esta singularidade é reconhecida em todo o mundo", acrescentou.