postado em 19/09/2009 12:34
O Brasil mais uma vez tem chances de brigar por uma vaga na maior festa do cinema. A produção Salve geral, do diretor Sérgio Rezende (Zuzu Angel), será a representante do país na briga por uma indicação na categoria melhor filme estrangeiro do Oscar 2010. A escolha foi anunciada nesta sexta, pela Secretaria do Audiovisual, entidade ligada ao Ministério da Cultura. Os cinco indicados efetivamente serão anunciados no próximo mês de janeiro nos Estados Unidos. A cerimônia está prevista para acontecer em 7 de março, em Los Angeles. ;Fiquei feliz, foi um grande reconhecimento da comissão julgadora, o que já é uma coisa legal. A notícia motivou bastante a equipe e vai ajudar na divulgação do filme;, comenta Rezende, que pretende lançar o projeto em rede nacional no próximo 2 de outubro. Orçado em R$ 9 milhões, o longa conta a história de uma professora de piano que luta para tirar o filho da cadeia. A atriz Andréa Beltrão encarna a personagem principal. Como pano de fundo, os acontecimentos tenebrosos em torno da ação do Primeiro Comando da Capital(PCC), facção criminosa que parou a capital paulista em maio de 2006, em represália às más condições dos presídios brasileiros. O diretor Sérgio Rezende não esquece a data. ;Naquele Dia das Mães o Fantástico iria exibir uma matéria sobre o filme Zuzu Angel, projeto que eu estava lançando na época, mas vetou a reportagem porque ficou uma hora no ar só com a cobertura sobre a rebelião. Foi quando entrei em contato com tudo isso;, recorda.
Rebelião
O diretor explica que a escolha de uma mãe como protagonista do filme foi totalmente intencional. ;A grande rebelião começou no Dia das Mães, queria que a minha ficção tivesse uma mulher de classe média que descobrisse este mundo terrível das prisões brasileiras;, comenta Sérgio, que assina o roteiro a quatro mãos com Patrícia Andrade.
Salve geral disputou a vaga com produções de peso como Budapeste, de Walter Carvalho, Feliz Natal, de Selton Mello, A festa da menina morta, de Matheus Nachtergaele, além dos brasilienses Se nada mais der certo, de José Eduardo Belmonte e Síndrome de Pinnochio ; refluxo, de Thiago Moyses.
Segundo o diretor, todos são grandes concorrentes. ;Já estive várias vezes concorrendo e outros filmes foram indicados, é um processo natural, nada no mundo é matemático, depende de uma série de fatores;, analisa. ;Não acho que os filmes que foram indicados são piores que o meu, não há demérito nenhum para eles também, são ótimos filmes brasileiros;, defende. Sobre as chances de seu filme, é categoricamente otimista. ;Nós vamos ganhar, a previsão é essa, não dá para entrar em campo e dizer que vai perder. Só o meu time, o Botafogo, que entra com a mentalidade de derrota;, brinca. ;Começei minha carreira aí em Brasília com um filme chamado O sonho não acabou, então para mim o sonho continua vivo;, emenda.