Agência France-Presse
postado em 24/09/2009 15:08
Nova York - A Agência France-Presse e dois fotógrafos que foram alvo de um disparo realizado pelos seguranças da top model brasileira Gisele Bundchen e de seu marido, o astro do futebol americano Tom Brady, abriram um processo contra o casal por "negligência e imprudência" e estão pedindo a quantia de um milhão de dólares a título de indenização.
O incidente aconteceu em abril passado, quando o fotógrafo da AFP, Yuri Cortez, e seu colega, Rolando Aviles, do jornal costa-riquenho Al Dia, cobriram a festa de casamento de Gisele em sua mansão na Costa Rica.
"A decisão de processar o senhor Brady e a senhora Bundchen foi tomada por uma questão de princípio, levando em conta a gravidade dos fatos. A AFP não visa a ganhar dinheiro com este caso", declarou Philippe Massonnet, diretor de informação da agência de notícias francesa.
"Um dos nossos fotógrafos poderia ter sido morto durante a cobertura. A bala passou a poucos centímetros de sua cabeça", acrescentou, precisando que a AFP inicialmente havia tentado - em vão - uma conciliação com os advogados do casal.
Um dos advogados da agência informou que ainda não recebeu uma resposta dos processados.
Segundo o processo aberto, os dois jornalistas - que fotografavam a festa de uma propriedade vizinha - retornavam para seu automóvel quando foram recriminados pelos seguranças do casal "de maneira ameaçadora".
Os fotógrafos foram obrigados a entrar de carro na propriedade de Gisele Bndchen, onde os seguranças queriam que entregassem suas câmeras e seus cartões de memória, ao que se negaram.
Quando viram que um dos guarda-costas, que tentou entrar no veículo para pegar as máquinas, estava armado, os fotógrafos tentaram abandonar o lugar.
"Nesse momento, um dos seguranças abriu fogo", segundo o texto do processo. A bala quebrou o vidro traseiro do veículo, e por pouco não acertou os jornalistas.
O texto acusa o casal Brady-Bundchen de "expor Cortez e Aviles a um elevado risco de ferimento grave ao autorizar que seus funcionários abrissem fogo com a intenção de matar ou ferir".
O documento enfatiza ainda que o casal sabia que sua festa ocasionaria uma intensa cobertura por parte da imprensa e se revelou "negligente e imprudente na contratação, seleção e formação dos seguranças".
"Em consequência, os senhores Cortez e Aviles receberam ferimentos físicos e sofreram angústia mental", indica ainda o documento, que recorda que a AFP "se esforça por todos os meios para proteger seu pessoal e seus contratados locais e não tolera que os mesmos sejam agredidos no exercício de sua missão a serviço da informação".