postado em 08/10/2009 10:17
As comemorações pelo Ano da França no Brasil estão chegando à programação do Canal Brasil. Estreia nesta sexta a mostra Um certo olhar francês, que apresentará até 1; de janeiro, sempre às sextas-feiras, 13 filmes dirigidos por cineastas ícones do cinema feito na França ao longo de cinco décadas. Acossado (1959), obra-prima com que Jean-Luc Godard estreou como diretor, abre a mostra, que inclui ainda títulos de Roger Vadim, François Truffaut, Louis Malle, Alain Resnais e Agn;s Varda, entre outros. Antes de cada exibição, a atriz Larissa Bracher apresenta o título em cartaz, destacando curiosidades sobre obra e diretor.
Acossado, que vai ao ar à 0h45, assim como os demais filmes, é uma das maiores referências da nouvelle vague. Com roteiro de François Truffaut e com Jean Paul Belmondo e Jean Seberg nos papéis principais, o longa anuncia as preocupações que marcarão toda a obra do polêmico cineasta. Tornou-se o símbolo de uma revolução que se sucedia não só no cinema, mas no comportamento, na moda e outros setores da sociedade, e que chegaria ao auge 10 anos depois.
No filme, Belmondo interpreta homem que, após roubar um carro e matar um policial, convence uma estudante americana a escondê-lo até que possa receber o dinheiro que lhe devem. Personagens radicais, como o próprio Godard, que pelo filme recebeu o Bafta (principal prêmio do cinema britânico) de melhor diretor em 1962, o Urso de Prata também de melhor diretor no Festival de Berlim de 1960 e o prêmio de melhor filme do Sindicato dos Críticos de Cinema da França em 1961.
A mostra Um certo olhar francês prossegue na semana seguinte com Estado de sítio (1973), de Constantin Costa-Gavras, e fecha o mês de outubro com as exibições de Ascensor para o cadafalso (1957), de Louis Malle, e A garota dos olhos de ouro (1961), de Jean-Gabriel Albicocco. Este último, um título raro, já que não está disponível em DVD no Brasil. Além disso, há uma curiosidade sobre seu diretor: Albicocco foi representante da distribuidora Gaumont no Brasil e um grande incentivador do cinema em nosso país, onde morreu, em abril de 2001.
Para novembro estão programados Hiroshima meu amor (1961), de Alain Resnais, A bela da tarde (1967), de Luis Buñuel, O sol por testemunha (1960), de René Clement, e As duas faces da felicidade (1964), de Agn;s Varda. Dezembro começa com a comédia As aventuras do sr. Hulot no trânsito louco (1971), de Jacques Tati, e prossegue com O último metrô (1980), de François Truffaut, Nas garras do vício (1958), de Claude Chabrol, e O salário do medo (1953), de Henri-Georges Clouzot. E Deus criou a mulher, de Roger Vadim encerra a mostra no dia 1; de janeiro. Todos os filmes serão reprisados no sábado seguinte, às 18h, e no domingo, às 7h30.