postado em 13/10/2009 08:56
Na próxima semana, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS) vai participar de dois concertos em Seul, na Coreia do Sul, durante o 3º Festival de Teatros Nacionais, como parte das comemorações dos 50 anos das relações formais entre os dois países. Além do Brasil (única orquestra do festival), o evento ainda vai contar com a participação de mais oito países.
Uma parte do que será apresentado em palcos coreanos pode ser conferida nesta terça (13/10) à noite durante o concerto que a OSTNCS faz semanalmente na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. A apresentação terá a participação especial da solista Ana Cláudia Brito, 46 anos, que vai executar uma das mais belas obras do compositor russo Tchaikovsky, porém, ainda desconhecida do grande público: Fantasia de concerto em sol maior, opus 56.
"É a primeira vez que vai ser tocado aqui no Brasil e eu me sinto privilegiada por isso. O mais interessante é que Tchaikovsky é um dos compositores clássicos mais conhecidos e esse concerto em si não é. E olha que era um dos favoritos dele. Apesar disso, os próprios selos e gravadoras não queriam gravar porque não era das obras mais populares", explica a pianista, que, desde os 16 anos, toca esporadicamente com a Orquestra do Teatro Nacional.
Ana conta que, ao longo de sua carreira, sempre se especializou em obras-primas que não são muito executadas e, sabendo desse interesse, o maestro norte-americano Ira Levin, que é o regente da OSTNCS e marido da pianista, mostrou-lhe a composição de Tchaikovsky e ela logo se apaixonou. "Logo que ele colocou para eu ouvir, achei fantástico. Esse concerto tem uma característica interessante, que é a cadência mais longa, ou seja, a parte que o solista toca sem a orquestra. Eu fico pelo menos uns 10 minutos tocando sozinha. É uma obra rara e linda e tenho certeza que vai encantar o público também", aposta.
Esta será a segunda vez que Ana Cláudia Brito será regida pelo marido. Mas ela adianta que há um respeito mútuo entre os dois e nenhuma interferência no trabalho do outro. "Ele me respeita muito como pianista e eu o respeito muito como maestro. Aprendi muito com o Ira, já que ele também é pianista. Mas ele nunca tentou mudar a minha técnica, a minha forma de tocar. Não tem esse espírito de disputa. É uma boa parceria", garante.
Além de Fantasia de concerto em sol maior, opus 56, a programação de logo mais terá outra obra do compositor russo, Francesca da Rimini opus 32, e também Los caprichos, de Michael Colina, e as Bachianas brasileiras n° 4, de Heitor Villa-Lobos.
CONCERTO DA OSTNCS
Nesta terça (13/10), às 20h, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. Regente: Ira Levin.
Solista: Ana Cláudia Brito.
Na programação, Tchaikovsky, Michael Colina e Heitor Villa-Lobos. Entrada franca mediante retirada de ingressos na bilheteria. Não recomendado para menores de 12 anos. Informações: 3325-6232.