Irlam Rocha Lima, Ricardo Daehn
postado em 03/11/2009 09:09
De hoje a sábado, a sede do Ibama, próximo ao Centro Olímpico da Universidade de Brasília, vai se transformar numa ecovila ; construída com materiais naturais ; que acolherá a Mostra Nacional Ambiental. Durante os cinco dias serão desenvolvidos projetos e ações voltadas para a promoção e desenvolvimento da sustentabilidade, além de incentivar a educação ambiental e estimular a participação da sociedade na construção de um mundo melhor. Para tanto, serão utilizados materiais lúdicos, tecnológicos e interativos.Uma das atrações da mostra, comemorativa dos 20 anos do Ibama, instalada na Ecovila, é o Corredor dos Sentidos, ;um instrumento inédito onde, por meio de espaços cenográficos, o público terá a percepção das várias fases da natureza, tanto em momentos saudáveis, quanto em estados de degradação pelo homem;, revela a coordenadora de comunicação Ana Padilha, ligada ao Movimento Calango Produções, uma das produtoras do evento, juntamente com a Arquidesing e a MKT Marketing e Participações.
Integram, também, a programação da mostra o Projeto protetor do meio ambiente ; parceria do Ibama com a Secretaria de Educação Integral, do Governo do Distrito Federal, que levará 12 mil crianças de escolas públicas a Ecovila para a realização de oficinas com objetivo de transformar os alunos em agentes multiplicadores por meio da conscientização.
Parte artística
Paralelamente, será oferecida extensa programação artística, com entrada franca, que inclui: exposições, palestras, mostras de filmes ambientais, oficinas de brinquedos, gincanas culturais e uma série de shows musicais, com a participação de artistas brasilienses e de outras regiões do país, entre os quais, o violeiro Roberto Corrêa, o cantor e compositor catarinense-alagoano Wado, o grupo paulista Funk como Le Gusta, o Quinteto Violado e a banda Eddie ; ambos de Pernambuco (Veja a programação ao lado). Na cerimônia de abertura, hoje, às 15h30, haverá apresentação de Arun e seu violão cósmico.
Roberto Corrêa faz show solo, hoje, às 19 h. ;Vou fazer um show vocal-instrumental com um roteiro que privilegia músicas com temática ambiental, tocando viola caipira e viola de coxo;, anuncia. Outro destaque é o grupo candango Pé de Cerrado.Os brincantes têm como referência os musicais realizados pelo multiartista pernambucano Antônio Nóbrega.
Mostra Nacional Ambiental
Shows de Roberto Corrêa e Pé de Cerrado hoje, às 19h, na área do Ibama (próximo do Centro Olímpico da UnB). Entrada franca.
Amanhã ; Ellen Oléria, Feijão de Bandido e Jah Live
5; feira ; Ha Ono, Seu Preto, Grupo de Dança Som, com Selma Trindade e Funk como Le Gusta
6; feira ; Amanita, Etno e Banda Eddie
Sábado ; Dudu Maia, Paulinho Matos e Mel da Terra, Grupo Calango Cyber, Wado e Quinteto Violado
; Cinema ambiental
Compreendida na 1; Mostra Nacional Ambiental ; Caminhos da sustentabilidade, a exibição gratuita de 86 filmes (na maioria, curta-metragens) começa, hoje, a partir das 9h, e se estende até sábado, no Auditório do Ibama (SCEN Tr. 02 ; próximo ao Centro Olímpico da UnB). Com muitas atrações saídas da programação do Festival de Cinema e Vídeo Ambiental (na Cidade de Goiás), a lista de filmes foi integrada por afinidade temática: daí, entram em pauta temas como recursos naturais, preservação, uso balanceado da água, poluição e animais. A primeira sessão dá primazia à conscientização das crianças, seguindo proposta organizada pela curadora Lígia Benevides. Nesse bloco, o destaque é para filmes locais como o premiado A menina espantalho, que trata com originalidade sobre a alfabetização, e Rua das tulipas, no qual o diretor Alê Camargo revela um desafio para inventor dado à prática de ajudar moradores de rua.
Incluído no segmento intitulado preservação (a partir das 11h), o documentário gaúcho Urubus têm asas (de Marcos Negrão e André Rangel), por exemplo, traz a importância da reciclagem como meio de assegurar a perpetuação do mangue, tido como salutar para atividades econômicas de uma comunidade. Outro tópico com relevância na mostra aponta traços da urbanidade, ao lado de suas consequências. Essa seção da mostra apresenta, entre outros, Londrina em três movimentos (de Rodrigo Grota) e o curta Boca no lixo (codirigido por Lígia Benevides e Marcela Borela), obra que trata da limpeza urbana, por meio de depoimentos de experientes varredores de rua.
Com apelo infantil, outro filme brasiliense na composição da mostra é Da utilidade dos animais que, tendo por base um conto de Carlos Drummond de Andrade, examina possibilidades na relação entre humanos e bichos. Ao lado do premiado longa Corumbiara (de Vincent Carelli), outras realizações com nomes de peso são Lutzenberger: For ever Gaia, detido na figura do cientista e ambientalista José Lutzenberger (morto em 2002) ; que teve a infância retratada pelo animador Otto Guerra ; e Recife, de dentro pra fora (de Kátia Mesel), balizado por idiossincrasias pernambucanas citadas em Cão sem plumas (do poeta João Cabral de Melo Neto). Completam o programa, longas relevantes, como Estamira (de Marcos Prado), em tono dos lampejos de lucidez de uma perturbada sexagenária moradora de aterro sanitário carioca; Nas terras do Bem-Virá, documentário de Alexandre Rampazzo que revela percalços para nordestinos empenhados em melhorar o destino, a partir do deslocamento para a Amazônia e Semidouro (de Cris Azzi), centrado no impacto gerado em 42 comunidades ribeirinhas mineiras rearranjadas pela construção de uma usina hidrelétrica.