Diversão e Arte

Projeto milionário prevê a apresentação, em 20 cidades, de companhia de ópera criada no país

postado em 12/11/2009 09:57
São Paulo ; No dia que Brasília completar 50 anos, o Brasil assistirá à primeira apresentação de uma companhia de ópera genuinamente tupiniquim. Hoje, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o maestro John Neschling vão anunciar, em São Paulo, o projeto que prevê para o dia 21 de abril, no Teatro Nacional, o primeiro concerto da companhia. A ópera escolhida para a festa será O barbeiro de Sevilha e a plateia vai ser selecionada a dedo.

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, faz hoje o anúncio do projeto que cria a Companhia Brasileira de ÓperaA Companhia Brasileira de Ópera é um projeto de Neschling, que já foi regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo de 1997 a 2008. Nesta semana, a Justiça do Trabalho, em São Paulo, determinou que o governo estadual pague a ele uma indenização no valor de R$ 4,3 milhões. Neschling apresentou a proposta da ópera ao Ministério da Cultura, que o aprovou recentemente. Estão previstas 100 apresentações em 20 cidades ao custo total de R$ 15 milhões, ou seja, cada apresentação custará cerca de R$ 150 mil.

O dinheiro sairá dos cofres do governo e de patrocínios de empresas privadas por meio de incentivos da Lei Rouanet, que permite aos patrocinadores de artes cênicas um abatimento de até 4% no Imposto de Renda. ;O Brasil vai se surpreender com esse projeto;, disse o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy.

Depois de Brasília, a companhia, que terá cerca de 150 profissionais, seguirá em turnê pelo país, passando por pelo menos 20 cidades. Apesar de ter boa parte dos custos bancada pelo governo, serão cobrados ingressos pelas apresentações. ;O Ministério da Cultura tem interesse em ver a ópera difundida pelo país;, ressalta Manevy.

Abrangência

Segundo a empresa que assessora Neschling, a Companhia Brasileira de Ópera será ;o maior e mais abrangente projeto musical já realizado no Brasil nos últimos anos;, já que prevê ;a criação de uma companhia estável, de elevado apuro técnico, com grande mobilidade e capacidade de apresentar espetáculos de nível internacional em todo o Brasil e no exterior;.

Na avaliação de Neschling, a companhia vai operar com custos baixos, permitindo o acesso de públicos que dificilmente seriam atingidos por produções de grande porte. ;A companhia vai criar um mercado estável de trabalho para técnicos e artistas e funcionará também como um centro de formação profissional;, ressalta o projeto apresentado ao Ministério da Cultura.

A expectativa é que a primeira montagem tenha público pagante de aproximadamente 130 mil espectadores, número compatível com os das grandes produções internacionais que circularam pelo Brasil nos últimos anos. O próximo passo do projeto será recrutar os cantores(1).


1- Classificação
Na ópera, os cantores e seus personagens são classificados de acordo com seus timbres vocais. Os masculinos dividem-se em baixo, baixo-cantor, barítono, tenor e contratenor. As cantoras femininas classificam-se em contralto, mezzo-soprano e soprano.

O número
R$ 15 milhões

Custo estimado das 20 apresentações da Companhia Brasileira de Ópera

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