Diversão e Arte

Júri oficial consagra o longa É proibido fumar e o curta Recife frio, ambos ovacionados pela plateia como os favoritos

postado em 25/11/2009 08:15
Ricardo Daehn Sérgio Maggio Tiago Faria Glória Pires ganhou como Melhor Atriz por sua atuação em <i>É proibido fumar</i>, de Anna Muylaert, o filme mais premiado de toda a mostraO júri do 42º Festival de Brasília ouviu a voz da plateia e consagrou o longa-metragem É proibido fumar como o grande vencedor da mostra competitiva. A comédia paulistana dirigida por Anna Muylaert (Durval discos) venceu oito prêmios oficiais, entre eles o Candango de melhor filme e roteiro. O filme narra o tumultuado caso amoroso entre uma professora de violão, fumante compulsiva, e um músico fã de Jorge Ben Jor. Os dois astros da produção, Glória Pires e Paulo Miklos, ficaram com os troféus de atuação. O filme venceu ainda o prêmio da crítica. Depois de uma edição que destacou o polêmico Filmefobia, de Kiko Goifman, o festival optou por marcar posição a favor do apelo popular. O alegre documentário Filhos de João, admirável mundo Novo Baiano, de Henrique Dantas, venceu prêmio especial do júri e foi eleito o melhor segundo júri popular. O longa de baixo orçamento, produzido na Bahia, retrata a trajetória da banda Novos Baianos. O documentário Quebradeiras, sobre o cotidiano das quebradeiras de coco de babaçu, foi o vencedor que não passou com louvores no teste da audiência: Evaldo Mocarzel mudou de estilo e, em tom contemplativo, foi reconhecido como o melhor diretor da edição. [SAIBAMAIS]A cerimônia de premiação também será lembrada pelas ausências. Sem pulverizar prêmios entre vários concorrentes, o júri ignorou o belo documentário mineiro A falta que me faz, de Marília Rocha, e o brasiliense Perdão, mister Fiel, de Jorge Oliveira. Produção do Distrito Federal, O homem mau dorme bem ficou apenas com o Candango de coadjuvante, para Bruno Torres (filho do diretor do filme, Geraldo Moraes). Festa pernambucana Ovacionado como há tempos não se via no Cine Brasília, o bem-humorado curta Recife frio sai do Festival consagrando Kleber Mendonça Filho, que venceu nas categorias de direção, roteiro, júri popular, além do prêmio Saruê, dado pela equipe de Cultura do Correio. No entanto, coube a outro pernambucano o cobiçado Candango de melhor curta. Camilo Cavalcante venceu por Ave Maria ou a mãe dos sertanejos, tocante filme-poema-musicado sobre o sertão. Ganhou ainda fotografia para Beto Martins, prêmio da crítica e aquisição do Canal Brasil. O diretor Kleber Mendonça Filho entrou tranquilo na cerimônia de premiação. "A gente não tinha se preparado para aquela reação do público. Saímos abalados no melhor sentido da palavra", avaliou o criador, que já garantiu a exibição da comédia em dezembro, em Portugal, e, em março, em Toulouse (França). Já tem também R$ 1,5 milhão para rodar o primeiro longa-metragem, O som ao redor, que dialoga fortemente com o território pernambucano. Produção brasiliense, A noite por testemunha, de Bruno Torres, foi prestigiado pelo trabalho do quinteto de atores, Alessandro Brandão, André Reis, Iuri Saraiva, Diego Borges e Túlio Starling, que ganhou o Candango pela interpretação conjunta no filme inspirado na tragédia do índio Galdino. A obra de Bruno Torres levou ainda a estatueta de trilha sonora (Marcus Siqueira e Thiago Cury). Ganhadora do Candango de melhor atriz por Baixio das bestas, de Claudio Assis, Mariah Teixeira leva o segundo troféu para casa pela atuação no obscuro Água viva, de Raul Maciel; O belo Bailão, de Marcelo Caetano, venceu montagem. Troféu Saruê Criado pelo artista plástico Galeno, o Troféu Saruê destaca o melhor momento do Festival de Brasília segundo a equipe do Diversão & Arte. Rodrigo Santoro (por Bicho de 7 cabeças), Zezeh Barbosa (por Bendito fruto) e o elenco de Amarelo manga foram alguns dos vencedores do prêmio, entregue pela primeira vez em 1996. Ano passado, a equipe do Correio destacou um longa que não participava da competição e foi exibido na Mostra Brasília: Se nada mais der certo, de José Eduardo Belmonte. Este ano, por unanimidade, venceu um curta-metragem: Recife frio, de Kléber Mendonça Filho. A produção pernambucana provocou rara sintonia entre público e crítica: a projeção mais calorosa da edição rendeu aplausos em cena aberta e euforia no trecho protagonizado por Lia de Itamaracá. Em tom de falso documentário, e com ardida crítica social, a ficção científica investiga o inusitado fenômeno climático que transforma a capital de Pernambuco numa cidade glacial. O cineasta e crítico de cinema concorreu outras duas vezes na mostra, com Vinil verde (2004) e Noite de sexta, manhã de sábado (2006) - ambos vencedores do prêmio da crítica. Esta é a segunda vez que um curta fica com o Saruê: Pixinguinha e a velha guarda do samba, de Thomaz Farkas, ganhou o troféu em 2006. Prêmios LONGAS-METRAGENS EM 35MM MELHOR FILME JÚRI OFICIAL (R$80 mil): É proibido fumar, de Anna Muylaert MELHOR FILME JÚRI POPULAR (R$ 30 mil Prêmio Exibição TV Brasil - passando o título premiado a integrar a programação da emissora): Filhos de João, admirável mundo Novo Baiano, de Henrique Dantas DIREÇÃO (R$ 20 mil): Evaldo Mocarzel, por Quebradeiras ATOR (R$ 10 mil): Paulo Miklos, por É proibido fumar, de Anna Muylaert ATRIZ (R$ 10 mil ): Glória Pires, por É proibido fumar, de Anna Muylaert ATOR COADJUVANTE (R$ 5 mil): Bruno Torres, por O homem mau dorme bem ATRIZ COADJUVANTE (R$ 5 mil): Dani Nefussy, por É proibido fumar, de Anna Muylaert ROTEIRO (R$ 10 mil): É proibido fumar, de Anna Muylaert FOTOGRAFIA (R$ 10 mil): Gustavo Habda, por Quebradeiras DIREÇÃO DE ARTE (R$ 10 mil): Mara Abreu, por É proibido fumar, de Anna Muylaert TRILHA SONORA (R$ 10 mil): Márcio Nigro, por É proibido fumar, de Anna Muylaert SOM (R$ 10 mil Prêmio Dolby - licença para usar o sistema de som Dolby, equivalente a US$ 4 mil): Miriam Biderman, Ricardo Reis e Ana Chiarini, por Quebradeiras MONTAGEM (R$ 10 mil): Paulo Sacramento, por É proibido fumar, de Anna Muylaert CURTAS-METRAGENS EM 35MM FILME - JÚRI OFICIAL (R$ 20 mil): Ave Maria ou a mãe dos sertanejos, de Camilo Cavalcante FILME - JÚRI POPULAR (R$ 20 mil Prêmio Mega Color - R$ 8 mil em serviços dos Estúdios Mega e R$ 10 mil em serviços do Mega Color): Recife frio, de Kleber Mendonça Filho DIREÇÃO (R$ 10 mil): Kleber Mendonça Filho, por Recife frio ATOR (R$ 5 mil): Elenco masculino de A noite por testemunha - Alessandro Brandão, André Reis, Diego Borges, Iuri Saraiva e Túlio Starling ATRIZ (R$ 5 mil): Mariah Teixeira, por Água viva ROTEIRO (R$ 5 mil): Kleber Mendonça Filho, por Recife frio FOTOGRAFIA (R$ 5 mil): Beto Martins, por Ave Maria ou a mãe dos sertanejos DIREÇÃO DE ARTE (R$ 5 mil): Vicente Saldanha, por Os amigos bizarros do Ricardinho TRILHA SONORA (R$ 5 mil): Marcus Siqueira e Thiago Coury, por A noite por testemunha SOM (R$ 5 mil): Nicolas Hallet, por Ave Maria ou A mãe dos sertanejos e pelo filme Azul MELHOR MONTAGEM (R$ 5 mil): Guile Martins, por Bailão CURTAS-METRAGENS EM DIGITAL FILME -JÚRI OFICIAL (R$ 15 mil) : Ensaio de cinema, de Allan Ribeiro DIREÇÃO (R$ 10 mil): Maurício Osaki, por Lembrança ATOR (R$ 5 mil): João Víctor D%u2019Alves, por Obra prima ATRIZ (R$ 5 mil): Larissa Sarmento, por Mas na verdade uma história só ROTEIRO (R$ 5 mil) : Thereza Jessooron, por Dois mundos FOTOGRAFIA (R$ 5 mil): Pierre de Kerchove, por Lembrança DIREÇÃO DE ARTE (R$ 5 mil): Henrique Dantas, por Apreço TRILHA SONORA (R$ 5 mil): Victor Araújo, por Dois pra lá, dois pra cá SOM (R$ 5 mil): Renato Calassa, por Dois mundos MONTAGEM (R$ 5 mil): Jimi Figueiredo, por Quase de verdade TROFÉU CÂMARA LEGISLATIVA DO DF (R$ 75 mil para o melhor longa em 35mm e ainda o Prêmio Quanta, R$ 10 mil em equipamentos, iluminação e maquinaria): Perdão, Mister Fiel, de Jorge Oliveira 2 º lugar (R$ 35 mil): O homem mau dorme bem, de Geraldo Moraes Melhor média ou curta em 35mm (R$ 20 mil mais Prêmio Quanta - R$ 8 mil): Verdadeiro ou falso, de Jimi Figueiredo 2º lugar (R$ 10 mil): Dias de greve, de Adirley Queirós Melhor filme digital (R$ 10 mil mais Prêmio Quanta %u2014 R$ 4 mil): El cine no muerto, de André Miranda Homenagens Este ano, o júri inova, ao conceder dois prêmios locais . Pelo trabalho pioneiro no desenho de som e finalização, constante nos vários filmes no decorrer da história do cinema brasiliense e neste festival presente em sete filmes, o júri homenageia Dirceu Lustosa. Por sua participação em vários filmes de Brasília, como roteirista, produtor e ator, neste ano, visto no filme O galinha preta e também por estar na vanguarda do trabalho social do cinema e da fé, o júri homenageia Ronaldo d%u2019Oxum. OUTROS PRÊMIOS PRÊMIO AQUISIÇÃO CANAL BRASIL (R$ 10 mil ao melhor curta 35mm selecionado pelo júri Canal Brasil): Recife frio, de Kleber Mendonça Filho PRÊMIO DA CRÍTICA / TROFÉU CANDANGO Melhor longa 35mm: É proibido fumar, de Anna Muylaert. Melhor curta em 35mm: Recife frio, Kleber Mendonça Filho PRÊMIO MARCO ANTÔNIO GUIMARÃES (do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, para o filme que melhor utilizar material de pesquisa): Filhos de João, admirável mundo Novo Baiano, de Henrique Dantas PRÊMIO SARUÊ: Recife frio, de Kleber Mendonça Filho PRÊMIO ABCV DF 2009 (Troféu conferido pela Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo do DF ao melhor curta em 35mm do DF): Senhoras, de Adriana Vasconcelos PRÊMIO VAGALUME (Conferido por integrantes do Projeto Cinema Para Cegos, da Diretoria de Inclusão Social do GDF, para melhor longa em 35mm): Filhos de João, admirável mundo Novo Baiano, de Henrique Dantas PRÊMIO VAGALUME PARA MELHOR CURTA EM 35MM: Recife frio, de Kleber Mendonça Filho

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