postado em 26/11/2009 09:02
A história de amor entre uma entregadora de pizzas e uma travesti que sonha em realizar um show de teatro de revista; o documentário sobre um dos grupos de teatro mais revolucionários e irreverentes do país e um filme que retrata os caminhos da performer multimídia Cláudia Wonder. Em comum, longas-metragens totalmente "made in Brazil" e contemporâneos. E são eles os destaques do 17; Mix Brasil - Festival de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual, cuja etapa brasiliense vai até domingo - a última edição foi em São Paulo. Cerca de 40 produções, entre curtas, longas e documentários, serão exibidas gratuitamente no Auditório 1 do Museu Nacional Honestino Guimarães . "A grande novidade desta edição é justamente esse foco nos longas nacionais. Quando começamos a organizar o evento, percebemos que havia uma grande quantidade de produções de qualidade sendo finalizadas. E é raro. Geralmente não há longas atuais com esta temática e costumamos fazer um resgate de filmes antigos. Mas este ano foi diferente", destaca Suzy Capó, diretora do Mix Brasil, tido como o maior fórum de cinema GLBT da América Latina e uma das mais importantes vitrines para produções alternativas no Brasil.
[SAIBAMAIS]A programação brasileira traz o premiado documentário Dzi Croquettes, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez, com depoimentos de Marília Pêra, Betty Faria, Jorge Fernando, Miguel Falabella e Gilberto Gil, entre outros. A produção é vencedora de quatro prêmios de melhor documentário de longa-metragem no 33; Festival Internacional de São Paulo e de melhor documentário do Festival do Rio 2009 pelo júri oficial e voto popular. Já Meu Amigo Cláudia, outra atração do Mix Brasil, foi escolhido o melhor filme pelo público do Festival Internacional de Cinema Lésbico, Gay e Transexual de Madri e considerado uma das grandes surpresas do 33; Festival de Filmes LGBT de São Francisco.
O filme, dirigido por Dácio Pinheiro, conta a trajetória de Cláudia Wonder, travesti que conseguiu sair das páginas policiais para ser destaque nos cadernos de cultura. "Estes documentários fazem um resgate importante de figuras emblemáticas e históricas da cultura do país. São longas fascinantes e não me admira que eles conquistem júri e público", opina Suzy.
O festival também traz Elvis e Madona, do carioca Marcelo Laffitte, que trata do romance entre Elvis, uma entregadora de pizzas, vivida por Simone Spoladore, e Madona, interpretada pelo ator Igor Cotrim, um travesti que sonha em realizar um show de teatro de revista. O elenco conta ainda com Maitê Proença.
17; MIX BRASIL
De hoje a domingo, no Auditório 1 do Museu Nacional Honestino Guimarães. Entrada franca. Informações: 3325-5220 e www.mixbrasil.org.br.ss
MOSTRAS
Outro destaque do festival são as tradicionais sessões Sexy Boys e Mapa das Minas e os curtas que integraram a Mostra Competitiva Brasileira, separados em duas sessões. "Acho que este ano, por ter uma programação mais enxuta, os filmes acabam se destacando mais e atraindo, especialmente, os que gostam mesmo de cinema. Foi assim em São Paulo e acredito que se repetirá em Brasília", salienta Suzy Capó.