postado em 04/12/2009 10:35
Um público tímido mas participativo prestigiou, na última quarta-feira, na Sala Cássia Eller do Complexo Cultural da Funarte, a apresentação da Orquestra de Câmara de Brasília. O grupo de 14 músicos, comandado há cinco anos pelo maestro Claudio Cohen, homenageou os compositores Claudio Santoro e Heitor Villa-Lobos. O evento contou ainda com a presença de Gis;le Santoro, viúva de Claudio Santoro, e da soprano Janette Dornellas. ;Com essa performance em Brasília, retomamos um projeto que começou em 2004 com uma série de apresentações no Norte e que segue com números não só no Plano Piloto, mas pelas satélites também;, comentou Cohen, que foi assistente do maestro e compositor Silvio Barbato. ;É uma tradição essa atuação da Orquestra de Câmara, até como uma opção a mais para o público. As apresentações são facilitadas pela mobilidade, já que conta com um grupo menor de músicos;, observou o maestro, que executou os números entre violinos, violas, violoncelos e contrabaixo.Encaixada no projeto Pauta Funarte, a performance da Orquestra de Câmara de Brasília foi numa data simbólica, o Dia Nacional do Samba. Para Claudio Cohen, a coincidência não poderia ser mais apropriada, já que o erudito e o popular sempre andaram de mãos dadas. ;O samba é a música tradicional brasileira e grandes compositores de música clássica se apropriaram do gênero para incrementar as próprias músicas;, destacou o maestro. ;A própria Ponteio, de Claudio Santoro, tem uma estrutura mais dançante, envolvente. A orquestra não tem preconceito contra esse tipo de linguagem.;
Há três anos como maestro da Orquestra Filarmônica de Brasília, Claudio Cohen traça um panorama promissor para a música erudita na cidade, mas pede uma política específica para a categoria. ;A música clássica em Brasília está em franca evolução, é um mercado que tem grande potencial, basta conferir as apresentações da Orquestra Filarmônica no Teatro Nacional, sempre com um bom público;, constatou. ;É preciso, por exemplo, dar acesso à informação sobre a programação. A maioria dos concertos é gratuita ou tem preços populares. Muita gente imagina que o teatro é lugar inatingível;, lamentou.
Eduardo Santos, por exemplo, ficou sabendo do concerto na Funarte pelo rádio. ;Não sou profundo conhecedor de música clássica, mas fiquei curioso;, comentou o estudante de 26 anos. ;Gostei mais dos arranjos mais acelerados;, disse, referindo-se aos temas natalinos e às composições do norte-americano John William, autor de trilhas sonoras de sucessos, como Os caçadores da arca perdida e Jurassic Park.