postado em 22/12/2009 08:15
Conseguir um ingresso para assistir ao filme Avatar, no fim de semana de estreia do longa-metragem de James Cameron, não foi tarefa das mais fáceis. Mesmo em cartaz em 30 salas da cidade, a procura foi tão grande - em especial, para a versão em 3D -, que muita gente ficou sem bilhete. Para dificultar ainda mais a situação, no sábado à noite, a sala do Casa Park que exibia a produção norte-americana em três dimensões teve problemas no equipamento de projeção e as sessões foram canceladas. Na impossibilidade de ver o filme em 3D, algumas pessoas optaram pela versão sem o novo recurso, outras preferiram voltar outro dia para garantir a "experiência Avatar" por completo.
É o caso da analista de sistemas Elisabete Vaz. No domingo à tarde, ela levou o filho Alexandre, 13 anos, e um amigo dele, Pedro, 12, para um cinema, mas não conseguiram ingressos. "Eles só querem ver em 3D e não posso esperar quatro horas para pegar a próxima sessão. Vamos voltar outro dia", lamentou. Os meninos não sabiam muito bem o que esperar, mas faziam questão do 3D. "Imagino que as imagens sejam mais espetaculares", arriscou Pedro. "Pelo que as pessoas têm falado, é um filme bem legal, por isso faço questão de ver em 3D", disse Alexandre.
Efeitos especiais
O analista programador Pedro de Medeiros, 34 anos, acompanhado por um grupo de amigos, também não deu sorte. "A sessão 3D já estava esgotada quando cheguei. Só tem ingresso para o filme dublado e sem 3D, então a gente vai tentar ir para outro cinema. Num filme dublado, você perde muito da atuação do elenco. Além disso, quando fomos ver Up, vimos o trailer de Avatar em 3D. Ficamos babando. Ou seja, temos que ver o filme nessa versão", justificou.
Mas se parte do público fazia questão de ver o longa-metragem com os efeitos em três dimensões, outros tantos estavam lá para conferir a história de Avatar. Caso dos irmãos Pedro e Caio Caram, de 14 e 9 anos, e o amigo deles Enrico Zardo, 15. "Assistiria, mesmo sem o 3D", afirma o caçula. %u201CConcordo. Quero saber se a história é legal", disse Enrico. Pedro leu uma matéria sobre os efeitos especiais do filme e de como foi feita a animação dos personagens criados por computador. "Foi isso o que mais me chamou a atenção, mais até do que o filme ser em 3D", comenta.
Nas longas filas que se formavam no Cinemark (Pier 21), a ansiedade das pessoas era alta. Quem saía das sessões confirmava a motivo de tanta expectativa. "O visual do filme é lindo, extraordinário", aprovou a professora Ana Patrícia Siqueira, 44 anos. Ela gostou de como elementos antigos e modernos, como dragões e robôs, são misturados. "Além disso, a possibilidade de o ser humano se transformar em outra raça e explorar novos mundos é um assunto que acho muito interessante", continuou. Ana Patrícia assistiria a Avatar pela segunda vez, já que levava o sobrinho Gabriel Victor Oliveira, de 12 anos, para ver o filme. "Sei que vai ser muito real. O 3D faz a gente acreditar mais no que está vendo", disse o menino.
O servidor público Rawff Willyams, 41 anos, saiu da sala de cinema empolgado. "Mesmo pegando referências de outros filmes, Avatar é muito original", aprovou. Para ele, James Cameron agiu certo em não ter feito o longa antes de Titanic, o que era o plano original do diretor: "Na época, eles não tinham a tecnologia para fazer algo como esse filme. Ele fez bem em esperar". Sobre a trama, Rawff também indicou pontos positivos. "Há um paralelo muito claro entre o filme e a vida real: a questão da ganância na exploração dos recursos naturais e também de um povo subjugando o outro."
Em Brasília, cinco salas exibem o filme na versão 3D - três delas inauguradas para o filme. Curiosamente, de sexta a domingo, Avatar arrecadou "apenas" US$ 73 milhões nos Estados Unidos. Lua nova, o segundo filme da série Crepúsculo, em comparação, chegou à marca dos U$ 142 milhões em seu primeiro fim de semana de exibição. Na mesma situação, Batman - O cavaleiro das trevas conseguiu US$ 158 milhões e Homem-Aranha 3, US$ 151.