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Um brinde com sotaque francês: é isso que o autêntico champanhe proporciona

Para quem prefere opções mais baratas, há os espumantes nacionais e estrangeiros, que não ficam atrás quando o assunto é qualidade

postado em 31/12/2009 07:00
Para quem prefere opções mais baratas, há os espumantes nacionais e estrangeiros, que não ficam atrás quando o assunto é qualidadeQuando o relógio marca 0h de 1º de janeiro, deixando para trás o ano velho, o arroubo dos fogos de artifícios é normalmente acompanhado pelo som de rolhas estourando. Os espumantes são convidados indispensáveis de qualquer comemoração de ano-novo. Antes de ir às compras, porém, é preciso esclarecer alguns mal-entendidos comuns sobre o assunto. Espumante é o coletivo de vinhos que passam por uma segunda fermentação, induzida por leveduras especiais, gerando as bolhas de gás que tanto os distinguem de outros vinhos. O mais famoso dos espumantes é o champanhe. A bebida leva o nome da província de Champagne, no norte da França, onde é produzida sob regras restritas e criteriosas. Por meio de acordos internacionais, como os tratados de Madri e de Versailles, a França conseguiu proteger o nome champagne, tornando-o uma denominação de origem, exclusiva para os espumantes fabricados naquela região. A singularidade do champanhe é resultado da produção pelo método champenoise, um processo longo, manual e caro, no qual a segunda fermentação do vinho é feita dentro da garrafa e leva anos para ser concluída. "Até o século 19, o champanhe e os espumantes em geral eram muitos caros, muito exclusivos, elitizados", explica o enófilo Fernando Rodrigues, dono da importadora de vinhos Gran Cru, em Brasília. Popularidade Tudo mudou no início do século 20, com a invenção do método charmat, que submete o vinho à segunda fermentação em tonéis de aço inoxidável. Além de mecanizar e acelerar o processo, que dura apenas meses, o charmat barateou a produção e popularizou a bebida. "Esse método revolucionou o mundo dos espumantes e trouxe ao cidadão comum a possibilidade de tomar uma boa bebida", esclarece Rodrigues. Um exemplo é o prosecco, feito com a uva homônima, original da região de Vêneto, no nordeste da Itália, e que invadiu o Brasil na década de 1990. Os espumantes produzidos no Brasil, tanto pelo método champenoise quanto pelo charmat, não deixam nada a desejar. Muito pelo contrário. Nos últimos anos, o consumo interno de espumante nacional vem crescendo entre 10% e 15% ao ano. Segundo Philippe Mével, enólogo da Chandon, o produto brasileiro tem muita competitividade no mercado internacional. "Deixando o champanhe no topo da pirâmide, com certeza os espumantes brasileiros vêm se colocando na corte daqueles que disputam o segundo lugar, como outros espumantes produzidos na França e na Itália. E quando falamos do custo-benefício, não restam dúvidas de que a vantagem está do lado do produto local", afirma Mével. "Os espumantes brasileiros mostram características próprias muito interessantes: acidez equilibrada e aromas frutados, delicados e finos. Combinam muito bem para um consumo em clima quente", avalia. Champanhe Duval-Leroy Femme de Champagne 1996 França R$ 672 Criada em 1859, a casa permanece um negócio totalmente familiar, passado de pai para filho, e compõe o grupo das 15 primeiras casas de champanhe da França. Seu sabor é caracterizado pela predominância das uvas chardonnay Gosset Gran reserve Brut França R$ 290 Um dos produtores mais antigos da França, a casa Gosset remonta a 1584 e esteve junto a muitos reis franceses. O champanhe produzido hoje tem a mesma mistura de uvas que o tornou tão tradicional: pinot noir e chardonnay Legras & Haas Tradition Rosé França R$ 233 Marca registrada em 1991, o champanhe vem sendo produzido pela família Legras & Haas há sete gerações. A produção pequena garante a qualidade do produto final. A principal uva usada também é a chardonnay Para quem prefere opções mais baratas, há os espumantes nacionais e estrangeiros, que não ficam atrás quando o assunto é qualidadeProsecco Bottega Brut Itália R$ 49 A Destilaria Bottega, especializada até então em grappas, começou a produzir o espumante da uva prosecco em 1992. A bebida foi batizada de Vinho dos Poetas devido ao festival anual de poesia realizado nas regiões produtoras da uva prosecco Nocturno Brut Argentina R$ 29 A vinícula Robino, fundada em 1920 em Mendoza, na Argentina, teve a coragem de produzir espumantes em uma região dominada pelas famosas uvas malbec. A mistura das uvas chenin blanc e ugni blanc dão corpo a um dos melhores espumantes argentinos Kit especial de fim de ano da Chandon Nacional R$ 114 Parte do grupo LVMH %u2014 Möet Hennessy Louis Vuitton, a Chandon Brasil foi criada em 1973 e hoje produz quatro tipos de espumantes. O brut, mais tradicional, é fruto da combinação das cepas riesling itálico, chardonnay e pinot noir

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