Agência France-Presse
postado em 07/01/2010 14:21
Memphis - Para milhões de fãs, Elvis Presley continua vivo e nada mais natural do que comemorar seu aniversário, já que nesta sexta-feira o rei do rock, falecido há 32 anos, faria 75 anos.
Nascido em 8 de janeiro de 1935 em Tupelo (Mississippi, sul), numa família modesta, Elvis fez história como o pobre que triunfou, o branco que cantou como um negro, o símbolo sexual que era apegado à mãe, o patriota rebelde.
"Elvis continua sendo popular em todo o mundo, com seguidores que veem celebrar seu aniversário todos os anos", comentou o porta-voz da propriedade do Rei em Graceland (Tennessee, sul), que realizará vários festejos por ocasião da data.
Em Memphis, o 8 de janeiro foi declarado "Dia Elvis Presley" e está prevista uma série de shows e eventos.
Graceland receberá uma exposição sobre o início de sua carreira e os confeiteiros do antológico hotel Peabody prepararam uma torta de chocolate com manteiga de amendoim e rodelas de banana para recordar o sanduíche preferido de Elvis.
A ex-esposa de Elvis, Priscilla, e sua filha única, Lisa Marie Presley, cortarão um bolo de aniversário no jardim da residência do Rei, considerado um monumento histórico desde 2006 e visitados todos os anos por cerca de 600.000 fãs.
Em Washington, várias mostras também celebrarão a influência do "Rei", como na National Portrait Gallery e no Newseum, o museu da imprensa. Os fãs também preparam comemorações em outras partes do mundo.
"Elvis é uma das poucas pessoas que conseguiu eliminar as fronteiras culturas", afirma Howard Kramer, curador de uma exposição em homenagem ao cantor no Hall da Fama do Rock, de Cleveland (Ohio, norte).
Três décadas depois de sua morte - causada por um ataque cardíaco aos 42 anos - , Aaron Elvis Presley "continua sendo uma figura cultural importante", afirma Erika Doss, professora de estudos americanos da Universidade de Norte-Dame (Indiana, norte).
Apesar de não ter sido o primeiro a conjugar o blues com a música negra e o 'country', própria dos brancos, Elvis deu um impulso ao rock com sua canção "Heartbreak Hotel" em 1956.
Com uma beleza física e um carisma irresistíveis, famoso por seu singular movimento de quadris que lhe valeu o apelido de "Elvis, the pelvis", o cantor seduziu uma geração do pós-guerra que buscava quebrar a rigidez das convenções.
"Era incrivelmente bonito e sacudiu os tabus sexuais dos anos 1950 de forma deliberada. Era atraente tanto para as mulheres quanto para os homens", acrescenta Doss, autora do livro "Elvis Culture: Fans Faith, and Image".
Junto com Michael Jackson, outro ícone mundial do pop, Elvis é o artista que mais vendeu discos (cerca de um bilhão), e atuou em cerca de 30 filmes.
"Ele está no centro de nosso vocabulário musical, está no DNA de nossa música", resume Jeff Melnick, professor de estudos americanos da Universidade de Babson, (Massachusetts, nordeste).
A aura do "Rei" não pode ser atribuída, segundo Melnik, a sua morte prematura.
"Ele não morreu jovem, com um corpo belo. Longe disso, ele era a imagem do que acontece por causa do excesso", explicou, referindo-se ao fato de que Elvis, perto do fim de sua vida, lutar contra a obesidade, a dependência de remédios e a depressão.
Para o curador Kramer, a chave do longo reinado de Elvis é muito simples.
"A grandeza é o que perdura, e a razão pela qual ainda estamos falando de Elvis Presley tanto tempo depois de sua morte é porque sua música era fantástica".