Diversão e Arte

Começa a temporada de festivais

Ricardo Daehn
postado em 11/01/2010 12:46
Ao lado de outras 17 produções internacionais de ficção, o longa nacional Besouro, que marca a estreia do diretor João Daniel Tikhomiroff, será exibido na mostra Panorama do 60ª edição do Festival de Berlim. A comissão organizadora do evento, que transcorrerá entre 11 e 21 de fevereiro, também anunciou para o segmento Panorama Dokumente a inclusão de Lixo extraordinário, assinado pela inglesa Lucy Walker e codirigido pelos brasileiros João Jardim (Pro dia nascer feliz) e Karen Harley (editora de Cinema, aspirinas e urubus). As obras, que chegarão a 50 (com a lista a ser completada até o final do mês), traçam um painel montado com produções asiáticas, europeias e americanas que serve como vitrine com objetivo de firmar acordos de distribuição. O longa <i>Besouro</i>: selecionado para mostra paralela em Berlim"Sensacional" foi o adjetivo encontrado por Tikhomiroff para descrever a inclusão na lista dos selecionados, uma vez que, segundo ele, Berlim foi o único alvo tentado para a projeção internacional do filme que, de fato, conquistou a première europeia. Com mais de 500 mil espectadores no Brasil, Besouro, com abordagem que remete ao sincretismo, se detém na construção do mito personificado por Manoel Henrique Pereira, saído do Recôncavo Baiano e tornado o maior capoeirista de todos os tempos. Coproduzido pela O2 (a empresa de Fernando Meirelles), Lixo extraordinário foi selecionado para o Festival de Sundance, ao mostrar uma parcela nobre dos trabalhos do artista plástico Vik Muniz. Na região do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), o maior da América Latina, ele se empenha na força transformadora da arte a partir de material reciclado. A fita feita no Brasil soma forças ao poder de fogo dos documentários que, mais uma vez, conquistaram cerca de um terço das vagas reservadas no Panorama. Além de título do experiente alemão Lothar Lambert (reconhecido pela carreira de ator), obras com conteúdo sexual, como Beautiful darling - que mostra a vida da drag queen Candy Darling, atriz de filmes de Andy Warhol - e Hazman havarod, em torno da homossexualidade em Israel, completam a lista documental. Na corrente de ficção, nomes de diretores, como o espanhol Miguel Albaladejo (Filhote), o argentino Anahí Berneri (Un año sin amor) e o francês Sébastien Lifshitz, estão à frente, respectivamente, das produções Nacidas para sufrir, Por tu culpa e Plein sud. O veterano austríaco Peter Kern entra na disputa com Initiation, sobre a amizade entre um adolescente e um octogenário, enquanto o japonês Isao Yukisada apresentará Parade, com trama que relaciona um gigolô a moradores de uma república de estudantes de Tóquio. O jovem diretor iraquiano Mohamed Al-Daradji também foi incluído na mostra Panorama com Son of Babylon, centrado em uma mulher que vai a campo minado para descobrir o paradeiro do filho no Iraque. Representante marroquino, The man who sold the world (da dupla Swel e Imad Noury) revela a tragédia pessoal de um homem que enlouquece em busca da felicidade para a humanidade. Igualmente exótico é o mote de Phobidilia, dos israelenses Doron e Yoav Paz: contam o dilema de um homem que passa quatro anos recluso num apartamento até a notificação de que o imóvel será vendido. Por fim, Sex & drugs & rock & roll (do inglês Mat Whitecross) expõe a trajetória de Ian Dury, um dos fundadores do punk rock.

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