Agência France-Presse
postado em 21/01/2010 17:25
Bruxelas - Um dos últimos grandes sobreviventes do desenho animado franco-belga dos anos 1950, Jacques Martin, pai do célebre herói Alix, o intrépido personagem de séries históricas, faleceu nesta quinta-feira na Suíça, aos 88 anos.
"Meu pai morreu dormindo na clínica d'Orbe, onde foi internado de manhã com um edema pulmonar", declarou sua filha Frédérique Martin.
Nascido em Estrasburgo (leste da França), em 1921, estudou na escola de Artes e Ofícios da Bélgica, país no qual encontrou a mulher Monique e teve dois filhos, Frédérique et Bruno.
Deixa uma obra muito rica. Apaixonado ao mesmo tempo por desenho e história, Jacques Martin foi autor de séries - Alix, Lefranc, Jhen, Arno, Kéos, Loïs e Orion - personagens conhecidos por seu caráter épico, destacando-se pela precisão do traço e a minúcia da documentação histórica.
No total, foram vendidos 20 milhões de exemplares, em 15 línguas, de seus 120 álbuns com aventuras de seus diferentes heróis.
A partir de 1948 no Journal de Tintin, ele começou a trabalhar ao lado do "mestre", Hergé, então "diretor artístico" do diário semanal, e com Edgar P. Jacobs.
Nos Studios Hergé, a partir de 1953, colaborou durante 19 anos com o criador de Tintin.
Dominou o gênero do desenho animado histórico, fazendo reviver a Roma de César com Alix, a Guerra dos Cem Anos com Jhen, e ainda a epopeia napoleônica em companhia de Arno, feito junto com o desenhista André Juillard.
Ele criou em 1948 para o Journal de Tintin o personagem de Alix -ex-escravo gaulês dos Partos que se tornou ligado a César - depois, em 1952, o jornalista Lefranc, seu herói contemporâneo.
Vítima de uma doença ocular, Jacques Martin foi obrigado a deixar o trabalho de desenhista em 1992, continuando, no entanto, com os cenários e diálogos, mas confiando o desenho a outros futuros grandes criadores como Gilles Chaillet.
Após a morte no dia 2 de janeiro, aos 78 anos, do desenhista franco-belga Tibet, criador de Ric Hochet e Chick Bill, seu falecimento deixa sós os grandes contemporâneos como Michel Graton e Albert Weinberg, pais de Michel Vaillant e Dan Cooper, e que têm, hoje, 86 e 87 anos.