Diversão e Arte

Os irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo começam a preparar a exposição OsGemeos Vertigem, a primeira deles em Brasília

postado em 15/02/2010 13:27
Não existe espaço para a folia no calendário dos irmãos paulistanos Gustavo e Otávio Pandolfo. Os grafiteiros conhecidos pela assinatura Os Gêmeos passarão o carnaval preparando a exposição OsGemeos Vertigem, aberta para visitação a partir de 2 de março no Pavilhão de Vidro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Feita anteriormente em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, a mostra não segue o mesmo padrão. Em cada cidade, os artistas preparam trabalhos diferentes que serão exibidos junto com grandes painéis, esculturas e instalações interativas. Um dos painéis com dimensões de 5,5m x 20m ocupará toda a parede da área de exposição no CCBB. Quando o grafite vira obra de arte: Os Gêmeos vão expor seus trabalhos na cidade a partir de 2 de marçoO primeiro passo do cronograma de trabalho é transformar a fachada que abrigará a mostra. Em Brasília, o cubo de vidro do pavilhão foi coberto com tinta vermelha e forma parte da composição da figura humana amarelada e de traços finos, uma das marcas do trabalho dos artistas especializados em construir universo lúdico e único. "Tudo que a gente acredita, vê, escuta, influencia nosso trabalho, desde essa nossa coisa lúdica até o nosso lado terráqueo e a improvisação do brasileiro. Fazemos tudo juntos, não existe separação de trabalho", responde Otávio, sobre uma das perguntas mais frequentes feitas aos Gêmeos. "Sabemos nos comunicar por telepatia, é um link espiritual. A gente não discute nunca, a gente escuta o trabalho", complementa o artista. Paisagem urbana Os irmãos iniciaram a carreira fazendo grafites no agitado bairro do Cambuci, no centro de São Paulo, mas já se habituaram a fazer exposições em galerias ou museus. Hoje, cidades tão diferentes como Nova York ou Airshire, na Escócia, têm obras dos grafiteiros espalhadas na paisagem urbana. "Nas galerias e museus, nosso trabalho é mais ligado à arte moderna do que ao grafite. Mas, não existe predileção por um ou por outro. O trabalho é o mesmo. O que muda é a atmosfera. Na rua, você está vulnerável, nunca sabe o que vai acontecer", explica Gustavo. "O brasileiro gosta do grafite porque alegra o cotidiano, muda o dia a dia. Na Europa, ele é muito recriminado. Porém, os museus e as galerias de lá valorizam muito os artistas de rua. Aqui já acontecem iniciativas assim também", compara o artista. Fora do país, os irmãos são conhecidos por colorir o exterior de enormes edificações pelo mundo. Foi assim em 2008, quando desenharam a fachada do Tate Modern, em Londres, durante a exposição coletiva Street art ou a intervenção feita ano passado no lendário painel feito por Keith Harring em Nova York, em 1982. Ao longo de 2010, Os Gêmeos farão ainda uma exposição no Museu Berardo, em Lisboa, e no Museu do Vale, em Vitória.

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