postado em 22/02/2010 09:53
Nos primórdios da capital federal, lá pelos idos de 1958, a hora do almoço era sagrada pra muita gente. Diariamente, por volta das 11h30 da manhã, os candangos sintonizavam seus radinhos de pilha na Rádio Nacional para ouvir aquele que muitos consideravam "a voz ou o texto de Brasília". Seu nome, Clemente Luz. Jornalista, escritor, poeta e tido como o primeiro cronista da cidade. Nascido no interior de Minas, de família bem humilde, Clemente se viu "obrigado" a enveredar para o mundo das letras, ainda menino, como ele mesmo relata em um dos seus livros, Minivida: "Em consequência de um acidente, que me levou três dedos na mão esquerda ainda em criança, quando fazia "artes" com a cana de açúcar, não fui encaminhado a uma oficina ou à lavoura. As condições de vida de meus pais me levariam fatalmente a isso. Mas a perda dos dedos criou o drama de "educar o menino, pra não ter que pegar no cabo da enxada" ou no trabalho pesado%u2026. Resultado: enveredei bem cedo para a literatura e para o estudo que eram o meio mais fácil de fugir a tarefas pesadas%u2026"
![Clemente Luz: afável, generoso, boêmio, alegre e extremamente agradável](https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2010/02/22/175015/20100222101026761996o.jpg)