Diversão e Arte

Guns N' Roses inicia em Brasília a temporada de shows na América Latina

postado em 28/02/2010 10:15
Os irmãos André Luiz e Pedro Paulo Curado têm em comum a paixão pelo hard rock, gênero musical que consagrou nomes como Bon Jovi, Skid Row e Guns N' Roses, banda que sobe no palco do Ginásio Nilson Nelson no próximo domingo para apresentação histórica. O show dá início a uma série de apresentações pela América do Sul para divulgação do álbum Chinese democracy(1) e passa por seis capitais brasileiras. Além de Brasília, o público de Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre vai assistir ao grupo americano. Para os fãs brasilienses, a oportunidade de ver o ídolo Axl Rose de perto, mesmo com formação desconfigurada(2), e alguns quilinhos a mais será imperdível. Aos interessados, um aviso importante: todos os ingressos para os setores pista premium e pista estão esgotados, restando apenas os para arquibancada (setor superior). "Não cheguei a pegar a banda ao vivo, quando eles estavam no auge eu era um bebê, passei a gostar anos depois, por causa do meu irmão", entrega o estudante Pedro Paulo, 24 anos. "Ouvir o Guns foi importante para o trabalho que faço com música. Por causa do (baixista) Duff (McKagan) que resolvi a aprender tocar baixo. Por causa do (guitarrista) Slash que aprendi a tocar guitarra", acrescenta. "A atração hoje é menor, já fui mais fã. Agora é só por curtição", defende-se o irmão André Luiz, 30 anos. penas o vocalista Axl Rose e o tecladista Dizzy Reed permanecem na banda desde 1990: novo CD lançado em 2008 já vendeu cinco milhões de cópiasOs dois irmãos, assim como toda uma geração de jovens mais ou menos da mesma faixa etária, são órfãos de uma época em que homens cabeludos com vozes esganiçadas e guitarras estridentes davam o ar da graça, período em que Nirvana e o movimento brit pop eram apenas pequenas sombras no cenário musical. "Conheço muitos amigos que eram fãs do Guns e de bandas que tinham o mesmo som na época e que hoje morrem de vergonha de assumir a admiração", lamenta Pedro Paulo. "Eu não, reconheço a importância, qualquer um que entende do assunto sabe que eles são referência. Vou ao show não para ver as coxas do Axl, mas para curtir as músicas", conta. Falta o Slash Formado em 1985, em Los Angeles, Califórnia, o Guns N' Roses tem em seu vocalista, o rebelde, outrora arrogante Axl Rose, a maior expressão. O suporte musical vinha do virtuosismo do guitarrista Slash - nome artístico de Saul Hudson -, que dividia as atenções no palco com o baixista Duff McKagan, o guitarrista base Izzy Stradlin e o baterista Steven Adler, todos da formação clássica. Juntos, fizeram história à frente de álbuns importantes como Appetite for destruction (1987) e G N' Lies (1988) os dois detentores dos hits Welcome to the jungle, Sweet child o' mine, além da Patience, talvez o sucesso mais conhecido do grupo. Com a volta ao Brasil depois de 18 anos - a última vez foi em 1992, com a turnê de Use illusion world tour -, Axl Rose, depois de uma fase de turbulência envolvendo brigas judiciais com os antigos integrantes, mulheres e crise criativa, tem a chance de reconquistar o público com a turnê de divulgação do elogiado Chinese democracy. "Confesso que me assustei quando escutei pela primeira vez, levou tempo para assimilar o trabalho e hoje eu aceito sem problema. Dá para ver que ele ouviu muita coisa de lá para cá", observa Pedro. Ouça trecho da música Used to love her, do Guns'N Roses Admiradores mais ortodoxos preferem não desatar os laços com o passado assim tão facilmente. É o caso do designer Marcelo Martins, 30 anos, que não vai ao show por amor à banda. O boicote é prova mais do que sincera à fase de ouro do grupo que vendeu cerca de 100 milhões de discos em todo o mundo. Quase a metade só nos Estados Unidos. "Sem o Slash não é a mesma coisa", sentencia. "A banda está desfigurada, não tem mais a ver com hard rock, está mais para o heavy metal, o new metal, o som não o mesmo", avalia. Tendo como parâmetro o set list das últimas apresentações, o show promete. Além da baladona Patience, figuram no rol sucessos como You could be mine (famosa por fazer parte da trilha sonora de O exterminador do futuro II - O julgamento final), Welcome to the jungle, November rain, Don't cry, Paradise city e Sweet child o' mine. Cover consagrados pela banda como Live and let die, do ex-beatle Paul McCartney, e Knockin' on heaven's door, de Bob Dylan, também fazem parte da apresentação. 1 - Muita polêmica Lançado em novembro de 2008, o disco começou a ser trabalhado por Axl em 1994. As primeiras gravações começaram três anos depois, em 1997. Com 14 faixas, o álbum, que já vendeu mais de 5 milhões de cópias em todo o mundo, causou polêmica antes mesmo de chegar às lojas por trazer pesadas críticas ao sistema de governo chinês. 2 - Os restantes Da formação antiga apenas Axl Rose e o tecladista Dizzy Reed (desde 1990) estarão no show do próximo domingo, no Ginásio Nilson Nelson. Atualmente, o novo Guns N' Roses é turbinado pelos guitarristas Bumblefoot e Richard Fortus (também violão), Tommy Stinson (baixo), Chris Pitman (teclado e baixo) e Frank Ferrer. Em março de 2009, o guitarrista DJ Asha passou a ser o mais novo integrante do grupo. Vencedor seis vezes do Guitar Player Awards, o músico mostrou-se empolgado com a série de shows que fará pela América do Sul. "Não posso esperar para tocar com o Guns na América do Sul. Eu nunca fui ao Brasil, mas eu sempre sonhei em ir, mal posso esperar", disse. GUNS N' ROSES - CHINESE DEMOCRACY WORLD TOUR Dia 7, no Ginásio Nilson Nelson com show de abertura de Sebastian Bach, ex-vocalista do Skid Row. Ingressos: setor superior R$ 240 (inteira) e R$ 120 (meia). Pagam meia clientes Citibank, estudantes, professores e funcionários públicos. Não recomendado para menores de 16 anos. A abertura Outro grande nome dos anos 1980 que pisa em território brasiliense no próximo domingo é o ex-vocalista do Skid Row(1) Sebastian Bach. "A escolha partiu do próprio Axl Rose, eles são grandes amigos e o Sebastian vem abrindo seus shows há algum tempo", revela Rodrigo Amaral, empresário do ramo de entretenimento em Brasília, responsável pelo show do Guns N' Roses na cidade. "Foi ótimo, não poderia ser melhor já que o Skid Row, assim como o Guns, marcou toda uma época", diz empolgado. Nascido em Freeport, nas Bahamas, e criado em Peterborough, Canadá, Sebastian Philip Bierk mudou seu nome propositadamente para Sebastian Bach para que fosse associado ao famoso compositor barroco alemão. Depois de se aventurar como vocalista de várias bandas de hard rock no início dos anos 1980, foi convidado em 1986 pelo guitarrista Dave Sabo para integrar o Skid Row, parceria que durou 10 anos. A saída, em 1996, foi motivada por divergências pessoais, após conturbado show no Brasil. O último trabalho solo do cantor, Angel down (2007), conta com participação do amigo Axl Rose. "Honestamente, eu acho o Sebastian mais relevante do que o Axl, pelos vocais, como músico é mais respeitado", compara o fã Pedro Paulo. "Ter ele como atração em Brasília foi um grande incentivo para o show do Guns, eu pagaria até R$ 500 a mais só para ver o cara", empolga-se. "Os fãs souberam da notícia pelo Twitter do próprio artista e ficaram empolgados. No show, ele deve cantar algumas músicas de seu novo álbum e os clássicos do Skid Row", antecipa o produtor cultural da Park Show, Tadeu Salgado. 1 - Nas paradas Formado em 1986, um ano depois do surgimento do Guns N' Roses, o Skid Row gravou o primeiro disco apenas três anos depois, em 1989, graças a uma indicação de Jon Bon Jovi, amigo da banda, à Atlantic Records. Entre os grandes sucessos da banda figuram canções como 18 and life, Monkey bunisess e I remember you. O segundo trabalho, Slave to the grind (1991), fez história por ser o primeiro disco de metal a entrar no topo da parada da Billboard. Após a saída de Sebastian, o grupo passou por novas alterações na formação.

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