Diversão e Arte

Sete Lagoas, MG, faz homenagem ao trapalhão Zacarias, morto há 20 anos

Marcos Avellar
postado em 18/03/2010 13:25
Mário Faccio Gonçalves, o Zacarias (direita), morou até os 23 anos na cidade mineiraA imagem ainda é marcante na lembrança de milhares de setelagoanos. Há 20 anos, a cidade, na Região Central do estado, parou para dar seu último adeus a um de seus filhos mais ilustres, Mário Faccio Gonçalves, mais conhecido como Zacarias. Em março de 1990, a comoção tomou conta das risadas que normalmente o comediante tirava no rosto das pessoas, e uma multidão cercou o ginásio coberto, onde foi feito o velório, e depois o acompanhou até o cemitério invadido pelos fãs mais ardorosos. Nesta quinta-feira, a prefeitura da cidade faz uma justa homenagem ao Trapalhão, em evento na Praça Tiradentes, no centro da cidade, com cenas de filmes e exposição de acervo do artista.

Uma das principais atrações do Arte Quinta na Praça, que começa a partir das 18h, são fotos do ator Mário Gonçalves na década de 1960, quando atuava no Tele Teatro da Itacolomi. Há ainda a recuperação de uma imagem rara dele, entre Paulo Gracindo e Mário Lago, também no período teatral. A homenagem também terá a exibição dos melhores momentos com os Trapalhões, e a exposição do acervo, como roupas e adereços usados por Zacarias. ;É um estímulo para as pessoas conhecerem melhor quem foi Mário Faccio Gonçalves;, observa o secretário municipal de cultura, Fred Antoniazzi.

Redimensão
Para o secretário de cultura, a cidade precisa redimensionar sua presença na cena cultural de Sete Lagoas. ;Para o Brasil, ele é o Trapalhão, congelado nos anos 70 e 80. Mas para a cidade, ele foi um artista completo. Dizem que era uma pessoa de multiplos talentos, como desenho, pintura e artes dramáticas;, garante. A secretaria mantém um acervo do artista em exposição permanente no Centro Cultural Nhô Quim Drummond, que também fica na Praça Tiradentes.

;Há um projeto para montarmos um memorial em local próprio, que até o final do ano deveré ser definido;, revela o secretário. A secretaria desconhece o tamanho do acervo que tem com a família e que poderia compor a exposição. ;Na cidade, há pouco material dele na época dos Trapalhões. Nosso objetivo é ampliar a pesquisa histórica dele, procurar o antigo parceiro, Renato Aragão, para nos ajudar a compor isso;, afirmou Fred Antoniazzi.

Mário Faccio Gonçalves nasceu em Sete Lagoas em 1934, onde morou até os 23 anos, quando foi para a capital mineira para cursar arquitetura. Começou na Itacolomi e a rádio Inconfidência, onde começou sua carreira artística. Em 63 vai para o Rio de Janeiro, onde trabalhou nas antigas tevês Excelsior, Record e Tupi, até ser chamado por Renato Aragão, em 1974, para integrar os Trapalhões. Faleceu no dia 18 de março, aos 56 anos, de infecção pulmonar.

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