Como foi trabalhar nesse projeto?
Fiquei feliz pelo convite para cantar justamente a faixa inédita que foi descoberta no ano passado. Assim com a família do Renato, as pessoas envolvidas na produção sabiam da forma carinhosa como ele se referia à nossa banda. Quando gravei minha voz queria que soasse bem próxima da dele, um dueto realmente, mesmo que separado por tanto tempo e pela ausência física do Renato. Então desenhei uma segunda voz que nos une em alguns momentos.
Como foi a escolha da música, que abre o disco?
Digamos que a música me escolheu... O fato de ela abrir o disco é muito importante pois vai ser a primeira impressão que todos terão. Gostei muito da canção. Me lembrava mais da versão em português, no entanto. Acho que ela em inglês de certa forma faz-se referência a influências da música de fora que o Renato ouvia bastante e eu também.
O que vc acho do resultado?
Não recebi o disco inteiro ainda, só ouvi a minha faixa. Acho que conseguimos passar aquilo que tínhamos em mente: um reencontro feliz com a voz do Renato. Tudo o que eu queria era que as pessoas ouvissem a música e tivessem uma sensação boa... leve, no fim. Fiquei realmente tocada ao ouvir a versão final mixada.
Uma das bandas preferida do Renato era o Pato Fu. Como era a relação de vocês?
A gente não se encontrou muito, mas sempre ele falava da gente de uma forma muito bacana. Havia uma empatia grande mas por morarmos em Beagá e ele no Rio ficava difícil a gente se ver. Não tinha nem internet naquela época.
Na sua opinião qual é a importância do Renato para o rock brasileiro e como ele faz falta?
Além de um grande artista criador, compositor de canções incríveis, era uma das mais belas vozes da nossa música. O Renato era muito espirituoso, gostava de música de uma forma apaixonada, mas acho que a família que convivia mais com ele é que sofreu a maior perda. Nunca dá pra diminuir a saudade de um filho, irmão ou pai que se foi.