Diversão e Arte

Mostra México, Juan Rulfo: fotógrafo abre diálogo com cinema e literatura

Ricardo Daehn
postado em 14/04/2010 09:08
Foto de Rulfo exposta no Instituto CervantesAberta há duas semanas, a exposição México, Juan Rulfo: fotógrafo estende o diálogo a outras linguagens artísticas, pelo projeto Cinema e Literatura Mexicana, a partir de hoje, no Espaço Cultural Instituto Cervantes (707/907 Sul). Rulfo é novamente evocado, pela exibição de Pedro Páramo (1966), adaptado para o cinema pelo diretor espanhol Carlos Velo. Ao lado de Luis Buñuel e de Luis Alcoriza, Velo, em decorrência da Guerra Civil Espanhola, firmou carreira no exterior. Vale lembrar que a mostra de cinco filmes valoriza a identidade mexicana, no ano que demarca o bicentenário do início do movimento de independência. Pedro Páramo apresenta, por meio do povoado de Comala, um México inóspito que encerra a jornada de Juan Preciado, forasteiro atrás de prometida herança. Tendo como diretor de fotografia o mesmo lendário Gabriel Figueroa, o longa de Carlos Velo estabelece uma ponte com Rosa blanca, atração de sexta-feira, na mostra. Logo em seguida à indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro por Macario (1960), o diretor mexicano Roberto Gavaldón (ator formado cineasta em Hollywood), em Rosa blanca, adaptou a obra de B. Traven (celebrado no clássico O tesouro de Sierra Madre). Falsidade ideológica e um assassinato são componentes da trama em torno de um camponês assediado por causa de uma propriedade com amplo potencial para exploração de petróleo. Na programação de amanhã, sempre com entrada franca, Doña Bárbara (1943) revela outra rede, mas essa de alianças bem-sucedidas: primeiro diretor mexicano de renome, Fernando de Fuentes foi alicerce para a indústria cinematográfica nos anos de 1930, em posição de liderança entre os países de língua espanhola, inclusive com sindicato instituído. Rómulo Gallegos foi o autor do texto original que, nas telas, foi encabeçado pela atriz María Félix. Ela é a dominadora latifundiária venezuelana envolvida num jogo de amor e poder. Vencedor do Urso de Prata, no Festival de Berlim, dado ao diretor Jorge Fons, Los albañiles (1976) é a atração de sábado para a mostra do Instituto Cervantes. Com roteiro adaptado pelo escritor Vicente Leñero (envolvido no roteiro de O crime do padre Amaro), o longa de Fons trata de vingança, a exemplo do anterior Renegado pelo destino (1972). O filme acompanha o assassinato de um vigia inserido numa complexa rede de corrupção. Com a carreira consolidada, nos anos de 1920, como popular galã para Gloria Swanson, Pola Negri e Greta Garbo, o espanhol Antonio Moreno é o nome de destaque no encerramento da mostra, domingo, à frente de Santa (1931). No texto criado por Federico Gamboa, a humilde protagonista está prestes a sofrer as consequências da desonra. <--
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