postado em 19/04/2010 08:05
São Paulo - House music, deep house e techno house: a mistura de batidas secas, com sons mais intimistas e profundos, indo até a euforia em que a música chega ao máximo da energia. O que é a tendência da música eletrônica nos maiores clubes e festas do mundo foi o que dominou as caixas de som no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, na noite de sábado.
Cerca de 40 mil pessoas - todas vestidas de branco - lotaram o espaço para participar da segunda edição do Skol Sensation. Gente de todo canto do país, incluindo Brasília. A funcionária pública Maíra Gomes, 25 anos, estava com uma turma de sete amigos da capital federal. "É o maior evento de música eletrônica do país. Gente bonita, boa música e uma estrutura incrível. Brasília merecia uma festa dessas", comentou ela.
Espalhados por toda a área, camarotes suspensos e requintados, banheiros, bares, posto médico e área de alimentação completos e com infraestrutura para atender a todos, sem desconfortos.
No centro das atenções - e no centro do palco giratório - quatro tops da música eletrônica tocaram até as 5h30 de ontem. A maioria dos DJs colocou a galera para dançar com músicas já conhecidas do público. Hits que ganharam nova roupagem, com remixes feitos com exclusividade para o megaevento.
Na abertura, fogos de artifício foram sincronizados com a batida de Life is a Loop, o trio de brasileiros do Sul do país e únicos representantes brasileiros da edição. Leozinho, Rodrigo Paciornik e Fabrício Peçanha, acostumados a se apresentarem utilizando fortes recursos visuais, se valeram desta vez da própria decoração da festa.
Com o tema The Ocean of White, o espetáculo contou com jatos e fontes de água, que dividiram o palco com águas-vivas cenográficas gigantes, artistas de rapel, dançarinas, show de laser e lança-chamas. "Hoje, só o DJ não satisfaz. É preciso agregar outros recursos para interagir com o público. E vídeos e decoração ajudam nisso", disse Leozinho.
Para Rodrigo Parcionik, a principal preocupação do trio foi tocar músicas conhecidas. "E enérgicas, dançantes para a galera bombar na pista. Hoje, a tendência está muito voltada para a tecnohouse, apesar serem tantos nomes de tantas vertentes", avaliou ele, que mistura as batidas da percussão durante a apresentação com o trio.
Em seguida, quem comandou as picapes foi o DJ Chuckie - conhecido pela música Let the bass kick in Miami girl - que enloqueceu o público ao fazer mixagens de músicas brasileiras. E esta foi a primeira vez que o cara se aparesentou no Brasil. O auge foi quando o funk carioca entrou na seleção. O Rap das Armas levou a galera ao delírio. E seguiu com grandes sucessos mundiais com The world is mine, de David Guetta.
O americano Felix da Housecat - que popularizou o eletro e produziu para Madonna, Prince, Pet Shop Boys, entre outros - seguiu uma linha mais conceitual. E também privilegiou hits populares como I gotta feeling. "Há dois anos que não tocava no Brasil e eu adoro o país", disse ele.
O DJ alemão Tocadisco - que já remixou para Moby, New Order e escreveu singles de sucesso para David Guetta - encerrou a festa com uma batida mais forte, privilegiando a mistura do eletro com o house.
Um das atrações mais esperadas, o trio de DJs ingleses do Above & Beyond não conseguiu chegar ao Brasil. O cancelamento de voos europeus, em função das nuvens de cinzas expelidas por um vulcão da Islândia, acabou minando as chances de eles chegarem a tempo para a festa. Por isso, cada atração prolongou em até 20 minutos a sua apresentação. O público agradeceu.
A repórter viajou a convite da Ambev