postado em 20/04/2010 07:00
O aniversário de Brasília é amanhã, mas parece que os brasilienses, festeiros apressados, não aguentam esperar a data certa para comemorar. Com manifestações e homenagens ocorrendo desde o começo do ano, a celebração apareceu espalhada no calendário candango de 2010. Hoje, um dia antes da comemoração oficial, a agenda está cheia de festas, que surgem agregando artes plásticas, teatro e cinema em retrospectivas relâmpago e reuniões de artistas, animadas por música para todos os gostos.E não é só a cidade que comemora 50 anos. O Cine Brasília, inaugurado em 22 de abril de 1960, também estará em festa adiantada. O coletivo Moviola, formado por artistas e produtores atuantes no cenário cultural candango, aproveitou a véspera de feriado para adiantar as duas comemorações. ;O nosso intuito foi reunir pessoas para abraçar o cinema, tomá-lo nessa data especial. O cinema é um patrimônio coletivo e, por isso, a festa é aberta a todos e de graça. Ninguém recebe cachê, os artistas estão se doando para a comemoração;, explica Ana Arruda Neiva, uma das organizadoras do Moviola.
Esta é a terceira edição do evento, que desde 2008 utiliza o espaço para agregar exposição fotográfica, artes plásticas, cinema e música. ;O Cine Brasília precisa da aproximação do público, de uma articulação que faça as pessoas ocuparem o lugar e se sentirem parte dele;, acredita Ana. A festa começa às 19h30, com exposição de fotografias de JPhilippe Bucher, Randal Andrade e Renato Zerbinato, seguida por três horas de projeções de importantes filmes dirigidos por cineastas candangos. Às 22h30, começa a discotecagem na área externa do cinema, que também recebe intervenções estéticas de André Santangelo, Cirilo Quartim, Daniel Banda e Onio. Entre as obras, grafites, instalações, performances ao vivo e videoprojeções.
Agregar manifestações artísticas também é a regra no Baile da União, que ocorre, a partir das 23h, na Octopus. A festa une três produções da cidade que têm em comum o foco em manifestações culturais urbanas, como grafite, black music e break. Nas picapes, os DJs da Makossa, Criolina e Funfarra se revezam em sete horas de discotecagem. ;Esses eventos são conhecidos pela boa música e diversão. O público é muito parecido, e é uma união que a gente gosta de promover;, conta Marcelo Barki, da Funfarra.
Além da música, voltada para hip-hop, eletrônica, rap e samba, estão agendadas apresentações de dançarinos de break e intervenções artísticas de grafiteiros. ;A edição foi programada para celebrar o aniversário de Brasília em uma manifestação diferente, repleta de cultura urbana;, complementa o DJ Chicco Aquino.
Diversas casas noturnas da cidade aproveitam a véspera de feriado para testar novas atrações. A chopperia Garota Carioca inaugura o projeto semanal Terça Groove, com participação do DJ Patife e a Groovejam, uma banda formada especialmente para a festa que vai tocar clássicos da música negra como Vamos dançar (Ed Motta), Sex machine (Tower of Power) e De frente pro crime (João Bosco). Na Drops Music Bar, o selo de música eletrônica Crunchy Music celebra o aniversário reunindo os principais artistas a partir das 23h. A escalação de DJs conta com Komka, Mari Perrelli, Hopper, Allan Villar e Rafael Crispim.
Artistas reunidos
A comemoração também começa um dia antes no Complexo Cultural da Funarte, próximo à Torre de TV. No Brasília, Outros 50 Anos, evento organizado pelo Fórum de Cultura do Distrito Federal, 50 horas de shows, apresentações teatrais, exposições e exibições de filmes fazem as honras de uma festa organizada pelos próprios artistas da cidade.
A programação começa a partir das 18h e segue até sexta feira nos palcos montados no gramado e nas salas da Funarte. Entre as atrações musicais, divididas em seis palcos, o destaque é o dueto entre Ellen Oléria e Sandra de Sá, que deve começar às 23h30 no palco Diversidades. Ali, se apresentam também Carmem Manfredini, Marabeau, Gog e a Orquestra Filarmônica.
Os espetáculos teatrais do Brasília, Outros 50 começam às 14h na Sala Robson Gala, com oficina de teatro com os Irmãos Guimarães. Mais tarde, às 21h, é hora da trupe candanga Udi Grudi apresentar mais uma vez em palco brasiliense o premiado espetáculo O cano, com direção de Leo Sykes.
A programação de cinema será aberta às 20h na tenda Circo Voador, com homenagem ao diretor Vladimir Carvalho e exibição de seu longa Conterrâneos velhos de guerra. Às 23h30, serão projetados o curta-metragem Sinistro, de René Sampaio, e o longa No Eixo da morte, de Affonso Brazza. Na Tenda do Cinema, serão exibidos nove curtas-metragem, divididos em dois blocos, a partir das 22h.