Diversão e Arte

Turnê que já passou por Salvador, Rio e Estados Unidos desembarca em Brasília e traz à tona um Gil intimista

Irlam Rocha Lima
postado em 23/04/2010 07:00
Gilberto Gil inaugurou a série Acústico MTV com Unplugged, em 1994. Cinco anos depois, utilizou o mesmo formato para conceber Gil luminoso, inicialmente integrado ao livro homônimo do escritor e artista Bené Fonteles. Em outubro, gravou o elogiado Bandadois, nas versões CD e DVD. ;Há uma demanda grande, não só no Brasil, mas também no exterior, pelos formatos acústicos;, justificou o eterno tropicalista, em entrevista ao Correio, via e-mail. Bandadois gerou show com o mesmo título, apresentado em Salvador (janeiro), 13 cidades dos Estados Unidos (março) e no Rio de Janeiro, no último fim de semana. Amanhã, às 22h, no Auditório Máster do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, será a vez de o brasiliense apreciar esse espetáculo sofisticado de clima intimista. No palco, terá a companhia do filho e violonista Bem Gil e do violoncelista Jaques Moremlenbaum. O roteiro, que reúne as 22 faixas do DVD (com produção musical de Liminha e direção de Andrucha Waddington), traz clássicos da obra do cantor e compositor baiano como Esotérico, Super-homem ; A canção, Lamento sertanejo, Expresso 2222, Andar com fé e Refazenda, ao lado de Babá Alapalá e Metáfora, e La renaissence africaine, do CD Banda larga cordel, de 2008. Há, também Amor até o fim (gravada com Maria Rita) e as inéditas Das duas, uma e Quatro coisas (feita para a mulher, Flora). O cantor incluiu, ainda, as releituras de Chiclete com banana (Gordurinha e Almira Castilho) e Saudade da Bahia (Dorival Caymmi). ;Algumas canções estão no show porque se adequam ao formato acústico; outras porque são hits e há ainda as sugestões de Bem e de Jaques. Acho que ficou um repertório bem equilibrado;, considera Gil. ;Flora deu a ideia de registrarmos Amor até o fim, música do início da minha carreira e que eu nunca tinha gravado. Elis Regina é que a gravou magistralmente. Achamos pertinente regravá-la com a filha dela (Maria Rita);, comenta. Ouça trecho da música Quatro Coisas, de Gilberto Gil ; BANDADOIS Show de Gilberto Gil (voz e violão), acompanhado por Bem Gil (violão) e Jaques Morelenbaum (violoncelo), amanhã, às 22h, no Auditório Máster do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Ingressos: poltrona VIP R$ 120; VIP lateral R$ 100; poltrona especial R$ 80; poltrona superior R$ 50. Preços de meia-entrada (estudantes, professores, maiores de 60 anos, portadores de necessidades especiais com documento). Assinantes do Correio tem 50% de desconto no ingresso inteiro (cupom Sempre Você). Ponto de venda: CVC (Pátio Brasil). Não recomendado para menores de 16 anos. Informações: 8130-1417 e 8130-1418. Três perguntas / Gilberto Gil Jaques Morelenbaum o acompanhou na turnê pelos Estados Unidos e continua nas apresentações no Brasil. Como é trabalhar com esse mestre do violoncelo? Há muito tempo queríamos fazer um trabalho em parceria, desde que tocamos juntos em Nantes, em 2005, no Ano do Brasil na França. O problema eram nossas agendas, que nunca se encontravam. O Bandadois veio a calhar, e já fizemos também (com outro projeto) a Europa, em novembro. É um prazer tocar com um músico da grandeza do Jaquinho, que trouxe beleza ao show. Bandadois foi elogiadíssimo por Jon Pareles, crítico musical do New York Times. Seu trabalho tem boa aceitação entre os norte-americanos? Felizmente sim. Desde as primeiras apresentações lá, nos anos 1970, a crítica e o público só têm feito crescer. Os Estados Unidos é um país, assim como o Brasil, muito musical e eles sabem apreciar minha músicas, ainda que não entendam as letras. Como é retornar a Brasília já distante do cargo de ministro da Cultura? É sempre muito bom. Gosto de estar em Brasília, do clima, do seu jeito. Quando era ministro, andava sempre muito ocupado e não sobrava tempo para curtir a cidade. Mesmo assim, guardo ótimas lembranças.

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