postado em 18/05/2010 10:38
As produções cultural e tecnológica andam mais próximas do que nunca. No caso da música, essa relação é ainda mais interligada. Tanto que qualquer músico que pretende conseguir o mínimo de notoriedade deve, necessariamente, se relacionar bem com a internet. É sobre música e interatividade que, hoje, o jornalista Irineu Franco Perpétuo e o músico Henrique Portugal, tecladista do Skank, debaterão em mais uma edição do programa Arte e vanguarda na internet. O encontro está marcado para as 19h30, no auditório do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). O bate-papo terá mediação dos jornalistas Julliany Mucury e Gustavo Falleiros.Juntamente com Sergio Amadeu da Silveira, Irineu organizou o livro O futuro da música depois da morte do CD (o download gratuito e autorizado da obra pode ser feito em www.futurodamusica.com.br). O título conta com artigos de 16 autores abordando temas como as redes sociais e a música, o impacto das novas tecnologias na música e, como o título sugere, o fim do CD. ;A ideia principal não era nem discutir o CD como suporte, mas a perda de vitalidade da indústria musical. O mais bacana para nós é a morte do esquema das grandes gravadoras;, explica Irineu. A tecnologia facilita e barateia a produção e a internet amplia a distribuição de conteúdo. Isso colocou em choque o modelo hegemônico de produção, comercialização e consumo de música. ;Eu acho que esse modelo atual, o das majors, está erodindo. Lá atrás, você não tinha alternativa a esse modelo. Hoje tem. E as gravadoras estão assustadas com a troca de arquivos e com a perda de lucros;, comenta o jornalista.
Demora
;Sempre fui ligado em tecnologia. Antes de tocar no Skank eu trabalhei como analista de sistemas;, conta Henrique Portugal. Produtor e apresentador do programa de rádio Frente (www.programafrente.com.br), o tecladista tem na internet um contato direto com a música produzida por novas bandas. ;Um dos grandes problemas dessa nova situação que a gente vive foi a demora do Brasil, de forma institucional, em assumir a cultura digital. Isso criou no jovem a cultura de que música não se compra, só se pega de graça;, aponta. ;O grande debate é para onde a música vai;, continua o músico.
E para onde ela vai? O CD realmente está com os dias contados? ;Para mim, o futuro seria fazer um livro sobre a morte do HD (o disco rígido dos computadores). O ideal seria um site como o YouTube, com tudo que você precisa lá, e você não teria nem que fazer o download das músicas que quer ouvir;, sugere Irineu. Henrique Portugal arrisca o mesmo caminho para os próximos anos: ;Acho que temos que repensar a maneira como consumimos. Acredito que, no futuro, o que não precisa ser físico, não deverá ser físico. Você não precisa ter a música em CD para ter a música, por exemplo;. Esses e outros paradigmas pautarão o debate desta noite.
Arte e vanguarda na internet
Hoje, às 19h30, no auditório do CCBB (SCES Trecho 2, conjunto 22). Debate sobre música e interatividade com o jornalista Irineu Franco Perpétuo e o músico Henrique Portugal. Acesso livre. Informações: 3310-7087.
O número
16
Número de autores convidados a participar do livro O futuro da música depois da morte do CD