Diversão e Arte

Ator de 'Carlos, o Chacal' não responderá a carta do terrorista

Agência France-Presse
postado em 20/05/2010 12:08
Cannes - O ator venezuelano Edgar Ramírez que interpreta seu compatriota "Carlos, o Chacal", no filme do francês Olivier Assayas, não responderá à carta que Ilich Ramírez Sánchez enviou para ele da prisão, anunciou a assessoria de imprensa do canal de televisão francês Canal , co-productor da série televisiva intitulada "Carlos, o terrorista que fez o mundo tremer". [SAIBAMAIS]Em carta enviada da prisão parisiense onde "Carlos, o Chacal", de 60 anos, cumpre prisão perpétua desde 1997 por três assassinatos, o terrorista pede a Edgar Ramírez que não se preste à "propaganda contrarrevolucionária". "Por que você aceita travestir a verdade histórica? Por que você se presta a uma obra de propaganda contrarrevolucionária, difamando o mais conhecido dos Ramírez", questiona "Carlos" em sua carta. "Não deixe que a glória efêmera ao estilo de Hollywood o seduza. O reconhecimento midiático é passageiro", aconselha ainda. O filme de mais de cinco horas sobre o venezuelano "Carlos, o Chacal", foi um dos destaques de quarta-feira no Festival de Cannes. O filme, que custou 15 milhões, tenta decifrar esta figura importante da extrema-esquerda internacional, que se converteu num mercernário oportunista a serviço da espionagem de países do Oriente Médio e que foi detido pelos serviços secretos franceses em Cartum, em 15 de agosto de 1994. O filme capta a transformação do personagem, desde seu começo ao lado dos palestinos radicais, seus primeiros atentados em Londres, até suas missões para o Iraque e a Síria, passando por seus esconderijos na Hungria e Alemanha Ocidental. Ilich Ramírez Sánchez imediatamente criticou o conteúdo do filme sobre sua vida por conter "falsificações voluntárias e irrisórias". "Li o roteiro e ele contém falsificações voluntárias e irrisórias", afirmou "Carlos" em entrevista por telefone à AFP na penitenciária de Poissy, onde cumpre pena de prisão perpétua. "É uma manipulação, é uma mentira voluntária", concluiu.

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